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Dezenas de consultas e exames cancelados em Bragança

Presidentes de câmara denunciaram dispensa, no início do ano, de técnicos nos centros de saúde

Os presidentes de câmara do Distrito de Bragança denunciaram esta terça-feira o cancelamento de dezenas de consultas e exames a doentes da região devido à dispensa, no início do ano, de técnicos nos centros de saúde.

No centro de saúde de Alfândega da Fé foram canceladas 30 consultas de podologia e 40 exames de cardio-pneumologia estão em lista de espera, enquanto que em Freixo de Espada à Cinta oito crianças ficaram sem terapeuta da fala, segundo os autarcas locais, Berta Nunes e José Santos, eleitos pelo PS.

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A situação repete-se por outros centros de saúde da região e já motivou três reuniões dos presidentes de Câmara que denunciaram hoje em conferência de imprensa o que classificam de uma «situação dramática» para a população e que «necessita de uma solução urgente».

O autarca de Mogadouro, o social-democrata Moraes Machado, fala mesmo em «desumanidade».

«Temos um Governo frio e despido de tudo o que é humanidade», afirmou, reiterando que «é um problema de frieza encarar estes problemas da saúde como se fossem apenas cifrões».

O Distrito de Bragança é dos mais envelhecidos do país com a população dispersa por um vasto território e onde, dos 12 concelhos, apenas três, os maiores (Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiros) têm hospitais com cuidados diferenciados.

Numa altura em que o Ministério da Saúde anuncia a intenção de reforçar os cuidados primários, os centros de saúde desta região perderam, com a não renovação de contratos de prestação de serviços a cerca de 20 técnicos, valências que nos últimos anos evitaram deslocações às populações e fizeram das unidades transmontanas referências nacionais.

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Para o presidente da Câmara de Vinhais «destruiu-se em dias uma luta de anos».

Os profissionais dispensados são podologistas, fisioterapeutas, nutricionistas, técnicos de acção social, dentistas, entre outros técnicos que evitavam aos doentes deslocações para a realização de exames como electrocardiogramas ou uma consulta do pé diabético.

O centro de saúde ficou também sem um médico, deixando os cerca de três mil habitantes do concelho com apenas dois médicos de família e a assegurar a consulta aberta e o funcionamento de extensões de saúde, segundo o autarca local, o socialista José Santos.

Os autarcas admitem tomar «outro tipo de medidas», mas continuam à espera de resposta ao pedido de audiência ao Ministério da Saúde.

Com o impasse na nomeação da Unidade Local de Saúde do Nordeste, criada há quase um ano e ainda sem administração, a Administração Regional de Saúde do Norte a 200 quilómetros, no Porto, e sem resposta do Ministério da Saúde, os autarcas queixam-se de não conseguirem um interlocutor com quem falar.

«Nem por parte da tutela, nem por parte dos nossos representantes políticos da região que ou não ouvem ou não querem fazer-se ouvir», afirmou o presidente da Câmara de Vinhais, o socialista Américo Pereira.

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