Já fez LIKE no TVI Notícias?

Hospitais recebem menos 300 milhões em 2012

Governo preocupado com subida da despesa com medicamentos em meio hospitalar

ACTUALIZADA ÀS 14h24

Os hospitais públicos vão receber no próximo ano menos 300 milhões de euros, uma redução de 5 a 7%, anunciou esta sexta-feira o secretário de Estado da Saúde, alertando para a subida «preocupante» da despesa com medicamentos em meio hospitalar.

PUB

No IV Fórum sobre a Gestão do Medicamento, promovido pela Associação dos Administradores Hospitalares, o secretário de Estado Manuel Teixeira considerou «muito preocupante» que a despesa com medicamentos nos hospitais tenha crescido 3,3%, segundo os dados do mês de Agosto.

Para o governante, este aumento «não é sustentável» num quadro de «limitação do financiamento hospitalar», quando o Estado dará menos 300 milhões de euros aos hospitais em 2012.

O aumento da despesa dos hospitais com medicamentos surpreende o Ministério da Saúde, ainda mais quando o montante da comparticipação estatal em remédios no ambulatório diminuiu 19,3% no mesmo período.

Para o crescimento da despesa com fármacos em meio hospitalar, contribuíram sobretudo os anti-víricos (cresceram 9%) e os medicamentos considerados inovadores, cuja despesa cresceu 48%.

«As condições financeiras que o Serviço Nacional de Saúde enfrenta obrigam a olhar para isto de forma muito rigorosa. Temos de conciliar a introdução da inovação com custos que o sistema consiga suportar», declarou.

PUB

Manuel Teixeira propõe, por exemplo, que os hospitais deixem de fazer individualmente a compra dos medicamentos inovadores, que actualmente são sujeitos a autorizações de utilização especial.

O Governo quer assim que as compras destes remédios passem a ser centralizadas, mediante as necessidades manifestadas por cada hospital.

O secretário de Estado avisa que é necessário ser «muito profissional» na negociação dos preços dos medicamentos com os laboratórios para conseguir «ganhos imediatos».

Quantidade e qualidade de doentes atendidos são intocáveis

Os administradores hospitalares mostram-se disponíveis para o esforço orçamental exigido pelo Ministério da Saúde, mas avisam que a quantidade e a qualidade de doentes atendidos são intocáveis.

«Os hospitais trabalham para o doente, que não pode deixar de ser atendido em quantidade ou em qualidade. Estes dois pontos não são tocáveis», declarou o presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, Pedro Lopes.

O responsável admitiu que as unidades vão viver com dificuldades, mas que estão disponíveis para «responder ao esforço que o país está a fazer para resolver o problema das contas públicas».

«Nós estamos disponíveis para acompanhar as medidas determinadas pelo Ministério, moldando o orçamento dos hospitais ao que nos é pedido, mas dentro das possibilidades de cada hospital», afirmou.

PUB

Últimas