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«Houve um excesso de cortes sem preocupação de avaliação» no SNS

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Para o mesmo responsável, a incapacidade de resposta dos serviços de urgência hospitalares à procura dos doentes durante o inverno foi «um bom exemplo» dos problemas que são apontados no estudo da OMS. O bastonário referiu ainda que foram também afetados os apoios ao transporte de doentes, além de terem sido afastados recursos das populações mais desfavorecidas.

O bastonário da Ordem dos Médicos afirmou que a análise da Organização Mundial de Saúde sobre o estado da saúde em Portugal só vem revelar que houve um «excesso de cortes sem preocupações» para com os doentes.

«O estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) vem confirmar tudo aquilo que a Ordem dos Médicos tem sublinhado relativamente ao impacto negativo na saúde dos portugueses e chamar a atenção para a ausência de interesse por parte do Ministério da Saúde em fazer essa avaliação. Houve um excesso de cortes sem preocupação de avaliação, a capacidade de resposta do sistema foi afetada e os doentes sentiram mais dificuldades no acesso aos cuidados de saúde», disse José Manuel Silva à agência Lusa.

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O estudo, intitulado «O impacto da crise financeira no sistema de saúde e na saúde em Portugal», foi realizado em 2013 e publicado em 2014, sendo apresentado publicamente esta segunda-feira em Coimbra.

Entre outros assuntos, o estudo alerta para que «piorar as condições de trabalho» no Serviço Nacional de Saúde pode comprometer a sua sustentabilidade, alem de considerar que as taxas moderadora reintroduzem “certificados de pobreza” e comprometem a universalidade do SNS.

Segundo o documento a que a Lusa teve acesso, foram implementadas num curto espaço de tempo um grande número de medidas, sem a consideração das suas consequências ou «da capacidade de implementação da administração de saúde» portuguesa.

De acordo com o bastonário, a análise dos dados «possíveis e disponíveis» do impacto da crise na saúde em Portugal salienta «vários aspetos negativos» e é, sobretudo, uma “crítica à ausência de vontade em fazer essa avaliação por parte dos responsáveis políticos.

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«Foram tomadas uma série de medidas muito gravosas para a saúde sem que fosse antecipado o seu impacto daí que haja vários indicadores que demonstrem os efeitos negativos para as pessoas mais desprotegidas, nomeadamente na saúde mental», salientou José Manuel Silva.

«Não foi feita uma aposta clara na reforma dos cuidados de saúde primários, nem disponibilizado médicos de família, através dos médicos reformados e dos estímulos para fixação de médicos no interior do país, só agora estão a ser aplicados», cita a Lusa.

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