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Ordem contraria ministro: número de anestesiologistas cresceu

Segundo a Ordem dos Médicos, o número de anestesiologistas aumentou 20% na última década. Muitos foram para o privado ou para o estrangeiro devido a piores condições no setor público

Segundo a Ordem, com a austeridade e o agravamento das condições remuneratórias iniciou-se um movimento migratório dos médicos, com particular incidência entre os anestesiologistas.

A Ordem dos Médicos revelou esta quinta-feira que o número de anestesiologistas aumentou 20% em Portugal na última década, embora muitos tenham ido para o privado ou para o estrangeiro devido a piores condições no setor público.

Repudiando recentes declarações do ministro da Saúde sobre as cirurgias em Portugal, um comunicado do Colégio de Anestesiologia da Ordem refere que entre 2003 e 2013 houve um crescimento de 20% dos anestesiologistas, envolvendo profissionais que trabalham no público e no privado, enquanto as cirurgias cresceram 33% em oito anos, entre 2005 e 2013.

Na segunda-feira, o ministro Paulo Macedo admitiu que a falta de anestesiologistas pode pôr em causa o crescimento do número de cirurgias realizado em Portugal.

«Temos de perceber como chegámos a esta situação de pôr em causa as cirurgias por não haver anestesiologistas em número suficiente e como vamos resolvê-la.»

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Além disso, o atual Governo agravou este cenário, reduzindo a carga horária dos novos anestesiologistas e proporcionalmente diminuindo o salário.

Refere ainda a Ordem que, em comparação com os contratos anteriores a 2010, atualmente 10 novos contratos médicos de anestesiologistas equivalem a sete antigos. Isto porque quando hoje em dia se substituem 10 anestesiologistas aposentados, os novos especialistas têm um contrato de trabalho com carga horária 30% inferior.

«No cenário atual não admira que o fluxo migratório, primeiro para o setor privado, depois para o estrangeiro, aumente», refere o comunicado do Colégio de Anestesiologia. «Os médicos (…) não se revêm no diagnóstico traçado pelo ministro da Saúde. Ao invés, consideram ser inquestionável e gravíssima a responsabilidade ministerial na diáspora dos anestesiologistas portuguesas», acrescenta.

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