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A papeira é mais uma das doenças que fazem parte do leque das enfermidades da infância, embora em “vias de extinção”, por assim dizer, nos países industrializados. “A papeira é uma doença que classicamente afeta crianças e que atualmente é cada vez mais rara porque existe vacinação”, refere a pediatra Joana Appleton Figueira, convidada do Diário da manhã da TVI esta quarta-feira. “Só os países que não conseguem garantir essa cobertura vacinal é que não têm neste momento a vacinação para a papeira incluída no seu plano. Em Portugal ela existe desde 1987, tem vindo a ser melhorada”, tranquiliza a médica, pelo que em Portugal a sua incidência é rara, não obstante “existirem alguns surtos, habitualmente em adolescentes que não estão vacinados”.
Como identificar a papeira A importância da vacinação na proteção dos adultosPor isso, a vacinação tem um papel muito importante. “O objetivo é que ao vacinar as crianças, proteger as crianças, mas, principalmente, proteger a população mais suscetível, que são os adultos. Se conseguirmos uma grande taxa de vacinação, acima dos noventa e tal por cento, conseguimos que o vírus não circule na população e, portanto, protegemos os adultos onde ocorrem mais complicações do que nas crianças”.
Esta doença tem três fases. “Os sintomas podem prolongar-se um bocadinho mais do que os tais três dias e é contagiosa até nove dias depois do sintoma do inchaço da glândula. Temos um período de incubação, [o período] dos primeiros sintomas, e depois do aumento da glândula parótida ainda pode ser contagiosa durante nove dias. É esse o período que, ao confirmar-se um diagnóstico de papeira, a criança deve evitar a escola e o contacto com outras crianças para não espalhar a doença e, principalmente, o contacto com grávidas não imunizadas, porque é uma virose que, no primeiro trimestre de gravidez, pode levar a um aborto espontâneo”, adverte a médica.
“A complicação mais temível da papeira acontece, em adultos e em crianças, é a encefalite. É muito rara, um em cada mil casos, mas que pode deixar sequelas mais graves para a vida”, segundo Joana Appleton Figueira. A encefalite caracteriza-se por uma inflamação e infeção do cérebro que pode ser fatal.
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