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«SNS não está a ser pago a preço de luxo»

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Garante Constantino Sakellarides

O Presidente da Fundação para a Saúde, Constantino Sakellarides, afirmou este sábado em Setúbal que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é «um sucesso da medicina portuguesa que não está a ser pago a preço de luxo».

Constantino Sakellarides falava no primeiro de um ciclo de encontros locais que visam preparar o I Congresso do SNS, previsto para setembro, em que advertiu para a ideia errada que pode ser transmitida por algumas notícias como a que foi hoje publicada pelo jornal Expresso.

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O Expresso ouviu hoje gestores e especialistas do setor e noticia que «SNS é bem essencial pago a preço de luxo», título que mereceu a discordância de Sakellarides.

«Se nós temos um PIB baixo e que cresceu muito menos do que o PIB de outros países com que nos comparamos, a percentagem do PIB eleva-se, não por gastarmos muito mas porque o PIB é baixo e por termos crescido pouco», justificou.

Questionado sobre alegadas faltas de equipamentos de radioterapia em serviços de oncologia de algumas unidades hospitalares, o presidente da Fundação para a Saúde disse tratar-se de um «racionamento implícito, que é muito difícil de objetivar, mas que existe».

Para Constantino Sakellarides, este racionamento faz-se «mudando protocolos e adiando (o tratamento dos doentes)», o que pode permitir «poupanças imediatas, mas também poderá ter custos muito acrescidos a médio e longo prazo».

Apesar das críticas, Constantino Sakellarides reconheceu que o Ministério da Saúde também tem vindo a adotar algumas medidas positivas para garantir a sustentabilidade do SNS.

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«Há um conjunto de medidas concretas que têm sido tomadas e que favorecem a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, não só a nível dos medicamentos, na racionalização das instalações da saúde e na forma como tem procurado cobrir o défice do SNS», disse.

Sakellarides acrescentou, no entanto, que há dois aspetos fundamentais que têm de ser alterados: as taxas moderadoras e a avaliação dos impactos da crise na saúde.

«O primeiro tem a ver com as falsas taxas moderadoras, uma questão mais importante do que parece. O Governo tem dado mostras de entender os prejuízos e inconvenientes de avançar por esse caminho e um sinal dessa preocupação foi o facto de não terem sido aumentadas as taxas moderadoras dos cuidados primários de saúde e de ter dito que a proposta do FMI, de subir as taxas moderadoras para níveis estratoesféricos, também não fazia sentido, disse.

Além da preocupação com o aumento das taxas moderadoras, que considerou serem copagamentos, Constantino Sakellarides, defendeu a necessidade de se contabilizar o impacto da crise de austeridade na saúde, para se poder explicar aos parceiros europeus quais são os impactos da austeridade sobre a saúde e o bem-estar das pessoas.

«Se não pusermos esses números, essa estimativa, sobre a mesa, perdemos a oportunidade de negociar e de mostrar que a austeridade, a partir de um certo momento, é inaceitável em termos sociais», concluiu.

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