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Raptores queriam «11 milhões»

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Mentor do sequestro do empresário espanhol, resgatado pela PJ no Algarve, era seu conhecido. O homem de 62 anos «foi transportado centenas de quilómetros na mala de um carro». Uma outra vítima foi abandonada em Espanha.

A Polícia Judiciária explicou este sábado à tarde que o mandante do sequestro do empresário espanhol, resgatado esta quinta-feira em Monte Gordo, Algarve, era conhecido da vítima. Raptado em Madrid no passado dia 6, o homem foi sujeito a maus-tratos graves, especialmente a nível psicológico. «Foi transportado centenas de quilómetros na mala de um carro», explicou um responsável da polícia, dizendo que os sequestradores chegaram a pedir 11 milhões de euros.

A polícia espanhola revelou ainda que inicialmente tinha sido sequestrada uma outra pessoa. Jesus Páscoa, chefe da brigada espanhola de delinquência especializada, citado pela Lusa, adiantou, contudo, que esta foi abandonada a centenas de quilómetros de Madrid, dias depois do crime.

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Mandante conhecia a vítima

Na conferência de imprensa realizada na sua sede nacional da PJ, em Lisboa, a polícia portuguesa explicou que operação começou no passado domingo, numa altura em que os agentes não sabiam sequer onde estaria o empresário de 62 anos, cuja vida estava suspensa, por um pedido de resgate. «Os indícios apontavam até que podia estar na zona minhota, na zona centro, como no Algarve. Não havia nenhum elemento seguro», explicou o responsável pela Direcção Central do Combate ao Banditismo (DCCB), Luís Neves, sublinhando que num caso em que há uma vida em jogo, como este, todos os cuidados devem ser tomados, e que por isso, só alguns dias depois, os agentes procederam à libertação da vítima.

«Por um lado não sabíamos efectivamente em que parte do território nacional estava o ofendido, e se era seguro se se encontrava aqui; por outro lado, porque quando está em causa a vida humana temos que actuar com todas as garantias e com todas as certezas. Quando esse momento chegou, naturalmente, actuámos, e, felizmente, tivemos o resultado que vocês conhecem», foi explicado aos jornalistas.

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A PJ confirmou que o sequestro foi orquestrado por alguém conhecido da vítima. «Esses elementos são hoje seguros. O mandante deste crime conhecia a família, os negócios, a capacidade financeira, o que lhe permitiu levar inicialmente a bom porto aquilo que pretendeu e conhecia de facto as maneiras de contactar e tudo isso».

Sequestradores queriam 11 milhões de euros

Já sobre os montantes do resgate, foi explicado que inicialmente os raptores pretendiam «11 milhões de euros». «Mas, porque não era viável o recebimento dessa quantia, foi contactado outro familiar e baixaram o montante da extorsão», disse o responsável da PJ, sem precisar este segundo valor.

Da operação conjunta com as autoridades espanholas resultaram cinco detidos em Portugal (quatro deles cidadãos nacionais) e um sexto em Espanha, que era mulher do mandante. Estando os primeiro a ser interrogados no Tribunal de Tavira, sem que haja um previsão para o fim destas diligências, após as quais lhes serão aplicadas medidasa de coacção.

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Em libertada, está já o empresário, que também prestou declarações às autoridades portuguesas durante várias horas, antes de seguir para Espanha.

A PJ explicou que mais profundas que as consequências físicas de um crime desta natureza são as psicológicas, já que o empresário «estava acorrentado, vendado, foi agredido, foi transportado centenas de quilómetros na mala de um carro e que não sabia com quem estava e em que condições estava».

«Os maus-tratos são sobretudo os que ficam para toda a vida, os psicológicos», foi adiantado.

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