A maioria das mulheres que sofrem de reumatismo considera que a doença limita bastante a sua sexualidade, revelam os resultados preliminares de um estudo que está a ser realizado pelo Instituto Português de Reumatologia (IPR), divulgados esta sexta-feira, informa a Lusa.
Os resultados iniciais do estudo sobre «Sexualidade, Depressão e Ansiedade em Doentes Reumatológicos» indicam que 54,5 por cento das mulheres com vida sexual activa consideram que a doença implica grandes limitações na sua sexualidade.
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«A sexualidade não é valorizada na doença reumática», admitiu Luís Cunha Miranda, director clínico adjunto do IPR e um dos autores do estudo, salientando a importância dos dados revelados pelo estudo.
Segundo este especialista, «a dor e a incapacidade inviabilizam muito os afectos e a disponibilidade que existe para uma relação mais global e completa num relacionamento que inclua uma sexualidade activa».
O estudo do IPR teve início em Setembro e já envolveu 50 mulheres que sofrem de reumatismo e estão internadas no instituto, mas o objectivo dos autores é que a investigação possa vir a envolver 300 mulheres.
Entre as que já constam do estudo, a idade média é de 58,7 anos, a maioria é casada (60 por cento) e quase metade têm vida sexual activa (44 por cento).
Os primeiros resultados indicam ainda que os níveis de depressão e de ansiedade são menores quanto mais elevado é o nível de satisfação sexual e de auto-estima.
Os dados preliminares também demonstram que os níveis de ansiedade variam conforme o estado civil das mulheres, sendo mais elevados entre as que estão casadas.
«Se, por um lado, o cônjuge pode dar apoio à mulher doente, também pode exigir mais por não entender completamente o impacto que as doenças reumáticas podem ter na vida de um doente e, com isso, originar maiores níveis de ansiedade», salientou Luís Cunha Miranda.
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