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Comboios: passagens assassinas

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Só nos últimos meses quatro pessoas morreram na linha de Sintra. É usada por 28 mil passageiros por dia e não existe sequer uma passagem aérea. Utentes querem funcionários da CP a guardar linha

Quatro pessoas morreram num só dia em acidentes ferroviários durante esta semana em Portugal. O primeiro acidente aconteceu na linha de Cascais quando um homem terá caído acidentalmente à linha. Na linha da Azambuja, um outro homem foi colhido mortalmente. Mais tarde, e junto ao apeadeiro da Fatela, no Fundão, um trabalhador da REFER morreu enquanto trabalhava na linha.

Na manhã de quarta-feira, um jovem de 26 anos morreu junto à Estação de Barcarena ao ser colhido por um comboio que fazia a ligação Lisboa-Sintra, na passagem de atravessamento da linha férrea para peões existente em frente ao edifício da CP de Barcarena. Uma fonte da REFER explicou ao PortugalDiário que o acidente aconteceu perto das 8h, quando dois comboios se cruzavam numa passagem de peões em Barcarena. O jovem terá passado por trás de uma das composições que saía da estação, tendo sido colhido por outra que chegava no sentido contrário.

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A fonte referiu ainda que no local não existe qualquer sinalização, mas que, dadas as circunstâncias, o acidente não pôde ser evitado. «A velocidade não era muita, mas o comboio não tem capacidade para fazer travagens rápidas», disse Susana Abrantes, do gabinete de comunicação da empresa.

Passagem aérea pode acabar com mortes na linha

A Comissão de Utentes na Linha de Sintra pede mais segurança, mas antes aponta o dedo aos sucessivos governos que desde 1995 «não investem na protecção da linha de Barcarena e Agualva-Cacém». As novas estações só estarão prontas em 2011, e ate lá uma passagem aérea servirá para impedir que tragédias como a de quarta-feira. Contudo, e enquanto não está construída, Rui Ramos, porta-voz da comissão de utentes, pede que haja funcionários da CP a avisar da passagem de comboios. «Como existia antigamente as passagens de nível com guarda. Assim poder-se-iam evitar mortes na linha como acontece sucessivamente».

Só nos últimos meses morreram quatro pessoas, trucidadas pelo comboio numa passagem que tem sido assassina para os utentes da linha de Sintra.

A comissão já denunciou os casos ao Parlamento Europeu, com o envio de uma petição, e pediu insistentemente reuniões com a tutela governamental dos Transportes. Mas até agora sem sucesso.

O porta-voz recorda ainda ao PortugalDiário que, na estação da Amadora, «as mortes só terminaram quando ficou construída a passagem subterrânea». Até lá, os mais de 28 mil passageiros que usam diariamente a estação de Barcarena e Agualva-Cacém correm perigo de vida sempre que atravessam a linha.

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