A capital venezuelana, Caracas, assistiu no passado domingo a um evento, no mínimo, invulgar. Mais de 1.500 homens e mulheres despiram-se de preconceitos em nome da arte, posando, completamente nus para o fotógrafo Spencer Tunick.
Dirigidos pelo artista nova-iorquino, os voluntários formaram um mosaico humano em frente da estátua de um dos heróis nacionais venezuelanos, Simón Bolívar. Segundo Tunick, a escolha deste local, um espaço utilizado regularmente para comícios políticos, deveu-se ao facto de «combinar a beleza com o caos organizado».
PUB
Durante cerca de duas horas, venezuelanos de todas as idades posaram numa série de posições, algumas delas desconfortáveis, no pavimento da avenida onde decorreu a sessão fotográfica. As inscrições registaram mais de 7.800 pessoas, mas, afinal, apenas 1.500 acabaram por dar o corpo ao manifesto.
«É uma nova experiência», disse à Agência Reuters, Jerry Lino, de 30 anos, um dos participantes neste evento.
Cada participante teve direito a receber, posteriormente, uma cópia da «instalação humana».
«Não vou contar à minha mãe sobre isto até receber a fotografia. Ela vai pensar que endoideci», contou Josefa Maria Briceno, de 35 anos, à Associated Press.
Spencer Tunick é famoso pela criação deste tipo de instalações artísticas, tendo já fotografado milhares de pessoas, como vieram ao mundo, em França, Reino Unido, Bélgica, Espanha, Brasil e... Portugal. O fotógrafo veio ao nosso país em 2003 e reuniu cerca de 300 voluntários portugueses sem nada para esconder.
A organizar este tipo de «instalações humanas» desde 1992, Tunick foi por várias vezes preso ao fotografar nos Estados Unidos da América.
PUB