Já fez LIKE no TVI Notícias?

Passerelle: Vítor Trindade nega seguranças

Relacionados

Problemas nos bares eram resolvidos por empregados ou autoridades

O empresário Vítor Trindade, fundador da rede de casas «Passerelle», negou hoje em tribunal a existência de quaisquer seguranças nos seus estabelecimentos, contrariando a acusação do Ministério Público (MP) feita ao seu principal sócio, Alfredo Morais, escreve a Lusa.

Na sessão de hoje, Vítor Trindade explicou que o seu sócio, um ex-agente da PSP, foi convidado para integrar a gestão das casas devido à sua capacidade financeira, negando que existisse uma rede de seguranças para vigiar os estabelecimentos, como sustenta o MP.

PUB

«O senhor Alfredo nunca percebeu nada de hotelaria» e a «parte comercial foi sempre gerida por mim», afirmou Vítor Trindade, assumindo também a responsabilidade de trazer as bailarinas de países como a Letónia, Roménia, Eslováquia, Canadá ou Brasil.

O empresário contou como é que o grupo cresceu, explicando pormenorizadamente o aparecimento dos seis estabelecimentos «Passerelle» e o «Photos», mas garantiu que «não tinha segurança absolutamente nenhuma», pelo que os problemas existentes ou eram resolvidos pelos empregados ou pelas autoridades.

No entanto, «é muito raro haver problemas», acrescentou Vítor Trindade.

Durante todo o dia, o empresário explicou pormenorizadamente os «cachets» que as bailarinas recebiam, as suas comissões e o tipo de espectáculos que faziam, desde «strip-tease» em palco e sessões privadas, que até poderiam utilizar chuveiros.

Por outro lado, Vítor Trindade garantiu que a vinda de mulheres para Portugal era feita através de angariadores e agentes nos seus países de origem e ficavam em Portugal durante três meses, com visto turístico.

PUB

Depois, caso elas quisessem ficar, Vítor Trindade explicou que tentava legalizar a sua situação com contratos de trabalho, nalguns casos como empregadas de mesa dos seus estabelecimentos.

«Se elas quisessem estar mais do que três meses (o limite do visto de turismo), tinham contrato de trabalho», disse, confessando que «não estava bem elucidado» sobre o facto desta prática constituir auxílio à imigração ilegal.

O empresário confirmou que pagou operações estéticas a algumas bailarinas bem como viagens que depois eram pagas por elas, com descontos no «cachet» e nas comissões que ganhavam.

No Tribunal de Leiria, as duas dezenas de arguidos respondem apenas por crimes de auxílio à imigração ilegal, tráfico de pessoas e associação criminosa, já que a evasão fiscal foi separada deste processo e será julgada à parte.

Na quarta-feira, a juiz-presidente do colectivo, Patrícia Costa, ordenou a separação dos crimes fiscais do processo principal com extracção de certidões para que o julgamento tenha lugar noutro local, provavelmente em Lisboa, mas o MP recorreu para a Relação de Coimbra desse despacho.

PUB

A decisão de separar os processos seguiu-se ao pedido interposto pelos defensores dos arguidos que irão ser julgados à parte no processo de evasão fiscal sobre os mais de 20 milhões de facturação apurados pelas autoridades nas várias casas do grupo.

Em Janeiro de 2006, os alegados cabecilhas da rede foram detidos pelas autoridades no âmbito da operação «Yankee», tendo surgido suspeitas de tráfico de mulheres e apoio à prostituição.

No entanto, a maior parte desses indícios acabaram por não ser provados em fase de investigação e as autoridades concentraram-se nos crimes fiscais.

PUB

Relacionados

Últimas