Já fez LIKE no TVI Notícias?

Raparigas adolescentes fumam mais que rapazes

Relacionados

Estudo revela que as jovens entre os 12 e os 18 anos consomem mais tabaco. Consumo é frequente a partir do 7º ano

Um estudo do Instituto Nacional de Cardiologia Preventiva (INCP) realizado na Área Metropolitana de Lisboa revela que a maioria dos adolescentes fumadores, entre os 12 e os 18 anos, são do sexo feminino.

A avaliação realizada a um universo de 3064 estudantes do terceiro ciclo, do sétimo ao nono anos, revelou que fumar é cada vez mais um comportamento feminino, sendo que 51 por cento são raparigas e 49 por cento são rapazes.

PUB

Paulo Vitória, do Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção das Doenças Não Transmissíveis do INCP, disse à Lusa que o aumento do número de jovens fumadoras aponta para «uma realidade muito preocupante», porque «a mulher é mais vulnerável aos efeitos nocivos do tabaco».

«As mulheres apresentam maior risco de cancro do pulmão, doença cardio-vascular e doença respiratória-crónica» e os comportamentos tabagistas provocam ainda «graves implicações na fertilidade e na gravidez», frisou o clínico.

Os dados divulgados a propósito do Dia Mundial do Não Fumador, que se assinala na terça-feira, confirmam a tendência de crescimento do tabagismo entre as jovens portuguesas, com um aumento de 11 por cento desde 2008, ao contrário do que apontava um estudo realizado nos anos 80 que apontava para um acréscimo de apenas cinco por cento.

O estudo revela que é na escola que se dá a iniciação ao tabagismo, que tem «o maior pico nos jovens dos 12 aos 14 anos», em particular no sétimo ano, «o mais complicado do sistema de ensino», porque é aquele em que «acontecem mais problemas de iniciação e mesmo de chumbos».

PUB

«A escola é o espaço de iniciação» e a realidade é mais dramática na transição do sétimo para o oitavo, quando «mais do que dobra o número respeitante à iniciação de jovens ao tabaco», refere Paulo Vitória.

Outro dos problemas do tabaco na escola que Paulo Vitória vinca é «o de levar à primeira experiência» com estupefacientes.

«O tabaco é cada vez mais uma droga de iniciação e torna mais fácil o uso de outras drogas, como o haxixe», notou Paulo Vitória, observando que, em Portugal, o fenómeno do alcoolismo foi ultrapassado pelo «comportamento com drogas».

As razões são várias, como «a vulnerabilidade às influências dos pares, que se intensifica nestas idades», pelo que é necessário intervir junto dos jovens «no contexto em que estão inseridos».

Paulo Vitória acentua a existência da Lei Antitabagismo, em vigor desde Agosto de 2007, mas realçou que «a escola preocupa-se como a lei é implementada e não em trabalhar directamente com os jovens».

A Linha SOS - Deixar de Fumar, do INCP, vai realizar uma investigação para aprofundar os comportamentos tabagistas nas mulheres portugueses, estudo que decorrerá até Junho de 2014.

PUB

Relacionados

Últimas