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Portugal armazena medicamentos contra varíola e gripe das aves

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Custaram milhões de euros e estão escondidos em contentores, armazenados em local «secreto». Validade expira dentro de três anos

A vacina contra a varíola e o antiviral que combate a variante humana da «gripe das aves» compõem actualmente a reserva estratégica de medicamentos em Portugal, sendo a sua localização um «segredo de Estado», segundo a subdirectora-geral da Saúde.

Em entrevista à Lusa, Graça Freitas contou que a aquisição de vacinas contra a varíola foi decidida no âmbito de medidas contra o bioterrorismo, adoptadas após o 11 de Setembro de 2001.

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Sem revelar o número de vacinas adquiridas, nem o local onde estas se encontram, a especialista em saúde pública adiantou que as vacinas contra a varíola são de primeira geração.

Já existem vacinas de segunda geração que têm menos efeitos secundários, sendo contudo mais caras.

As vacinas foram adquiridas a um laboratório estrangeiro, já que Portugal não produz vacinas e a varíola está erradicada desde 1980.

A doença, que matou 500 milhões de pessoas no século XX, conseguiu ser eliminada graças à vacinação e porque o Homem é o único hospedeiro, ao contrário do vírus da «gripe das aves», cujo reservatório principal são precisamente as aves.

Apesar desta boa notícia para a saúde pública, a varíola viria a causar mais dores de cabeça às autoridades de saúde, mas também às da segurança, pois começou a ser temida como arma biológica.

A ser usado para fins terroristas, o vírus da varíola seria a arma mais eficaz e mortal, graças à sua letalidade. Foi face a estas ameaças que Portugal adquiriu várias doses de vacinas.

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Antiviral contra a gripe das aves armazenado em local «secreto»

Além da vacina contra a varíola, a reserva estratégica de medicamentos portuguesa conta com o antiviral que é mais eficaz contra a variante humana da «gripe das aves».

O oseltamivir chegou a Portugal em 2006 e é suficiente para 2,5 milhões de portugueses, tendo custado ao Estado português 25 milhões de euros.

Dezenas de contentores metálicos azuis albergam em sítio «secreto» o medicamento, o «maior seguro de saúde pública» que Portugal realizou até hoje.

Cada contentor, com cerca de um metro de altura, tem no seu interior um outro contentor com o antiviral oseltamivir que a comunidade científica elegeu como o melhor para combater uma eventual pandemia de H5N1, a variante mais letal da «gripe das aves».

O medicamento, em pó, é mantido em temperaturas e luz ideais e a sua localização é um «segredo» de Estado, conforme disse à Lusa a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas.

Uma das razões que justifica o secretismo das autoridades prende-se com o valor do oseltamivir, que custou 25 milhões de euros ao Estado português.

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A outra relaciona-se com a necessidade destes medicamentos em caso de pandemia de gripe, a qual torna estes contentores tão preciosos.

Mesmo assim, e tal como grande parte dos países que realizaram uma estratégia nacional de antivirais contra a variante humana da «gripe das aves», os medicamentos não chegam para todos os portugueses, estando definidos os grupos prioritários: cidadãos que prestam serviços prioritários, como saúde, segurança e abastecimentos de bens essenciais, e ainda grupos de alto risco, como doentes com risco acrescido de complicações graves e morte.

De acordo com Graças Freitas, a validade do fármaco que Portugal comprou expira dentro de três anos.

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