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Confessou como matou o pai e madrasta

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Paulo Ferraz, de 38 anos, admitiu que os factos mas não conseguiu explicar o motivo

Um homem de 38 anos confessou esta quarta-feira, em tribunal, ter assassinado o pai e a madrasta com tiros de caçadeira, em Julho de 2010, em Tondela, mas não conseguiu concretizar motivos para os seus actos, escreve a Lusa.

Na primeira sessão do julgamento, que decorreu no Tribunal de Tondela, Paulo Ferraz admitiu que os factos da acusação ¿ onde lhe são imputados dois crimes de homicídio qualificado e um de detenção ilegal de arma - são correctos.

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A acusação refere que, a 27 de Julho, o funcionário administrativo do hospital de Tondela matou o pai e a madrasta, dois professores reformados com quem vivia em Póvoa de Baixo, na sequência de «frequentes desavenças».

É suspeito de, após «nova discussão» com a madrasta, Odete, na cozinha, lhe ter «desferido vários golpes» na cabeça e numa mão com um machado usado para a carne, tendo depois a mulher fugido para o exterior.

Segundo a acusação, o pai, Fernando, saiu do carro e foi ao telefone da cozinha tentar pedir auxílio, mas Paulo apontou-lhe a arma e atingiu-o na cabeça e no pescoço e, depois de a voltar a carregar, foi para o quintal e atingiu também Odete na cabeça.

Num discurso pouco compreensível, o arguido referiu-se em tribunal à existência de discórdias «desde há cinco anos» com a madrasta e ao «feitio irascível» que ela tinha, estando vários meses sem falar com ele.

Quando questionado pelo presidente do colectivo de juízes sobre «os motivos para fazer esta barbárie», respondeu que foi «o avolumar de situações», não conseguindo concretizar o que esteve na origem dos desentendimentos.

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Durante a manhã foram ouvidas duas tias de Paulo, que estiveram com ele após os homicídios, numa altura em que a ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) já se encontrava em casa.

Isabel Vieira e Maria de Fátima contaram que, quando abordaram o sobrinho, este lhes disse: «já está, acabaram-se 20 anos de tortura física e psicológica».

Ambas tinham conhecimento de divergências entre Odete e Paulo, mas garantiram que a relação com o pai era boa e que estava sempre a defender o filho, a quem era «muito apegado».

Isabel Vieira referiu-se a um episódio em que Odete lhe contou que Paulo lhe apertou o pescoço, enquanto Maria de Fátima aludiu a outro em que terá empurrado a madrasta pelas escadas.

Rosa Loureiro, com quem Odete tinha estado a tomar café nessa manhã, contou que a amiga tinha dito que naquele dia «o Paulo ia entrar de férias e a casa ia virar um inferno» e que se chegou a referir à necessidade de o enteado ter ajuda psiquiátrica.

«O Paulo era uma pessoa educada. Deu catequese aos meus filhos, mas a dona Odete disse que ele tinha uma personalidade na rua e outra em casa», referiu.

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Foram também ouvidas duas testemunhas que ainda chegaram a tempo de ver Odete a sair ensanguentada de casa para o quintal a pedir socorro para o marido e depois ser atingida por dois tiros da arma que Paulo empunhava.

O enfermeiro do INEM contou que encontrou Paulo «ansioso e pálido» e que disse: «eu já não aguentava mais, chamem a polícia, façam o que quiserem».

A GNR encontrou-o junto à vivenda, aparentemente nervoso, muito calado, mas com consciência do que se passou, e não mostrou resistência, segundo relataram dois agentes.

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