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«Rei Ghob»: mais quatro vítimas de abuso sexual

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Testemunhos foram prestado em tribunal, sem a presença do arguido

Quatro rapazes confirmaram em tribunal que eram vítimas de abusos sexuais por parte de Francisco Leitão, conhecido como «Rei Ghob», que está a ser julgado por quatro crimes de homicídio no Tribunal de Torres Vedras.

A presidente do colectivo de juízes, Maria Domingas, leu esta quinta-feira ao arguido os resumos dos depoimentos das quatro testemunhas que, na audiência de quarta-feira, que decorreu à porta fechada, confirmaram que ainda na altura em que eram menores de idade foram obrigados a ter relações sexuais com Francisco Leitão.

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Num depoimento de quatro horas, um dos jovens, Diogo, explicou que Francisco Leitão intimidava as vítimas sob o pretexto de encarnar espíritos bons e maus.

Para isso, precisava de «passar energia» aos menores, através de relações sexuais mantidas «de quatro em quatro dias» com cada um deles, drogando-os para o efeito.

A outro dos rapazes - Luís -, o arguido dizia que a entidade o ia destruir nas situações em que se afastava dele.

Francisco Leitão chegava a ter relações sexuais com as vítimas «quatro ou cinco» vezes ao dia e filmava cenas de sexo entre eles.

As vítimas estavam sujeitas a dias de «quarentena», nos quais o arguido não mantinha com elas relações sexuais.

Para controlar esses dias, Francisco Leitão anotava os dias em que tinha estado com cada um, correspondentes aos dias em que «recebiam energias positivas».

«Rei Ghob» é suspeito de ter abusado sexualmente de 20 menores, num processo que se encontra em segredo de justiça no Tribunal da Lourinhã.

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Hoje de manhã foi ouvida Mara Pires, testemunha-chave do processo (parte do depoimento foi dado à porta fechada), que além de confirmar que assistiu à morte de Ivo Delgado, segundo disse à Lusa fonte judicial, explicou que recebia ordens de Francisco Leitão para «fazer coisas que não queria».

Essas ordens eram dadas sob o pretexto de ter encarnado um espírito, amedrontando a testemunha e dizendo que, caso não cumprisse os pedidos, a alma do seu pai (falecido em 2004) «não estava em sossego».

Entre vários ilícitos praticados, como «amarrar jovens» a árvores como castigo, Mara Pires tentava aproximar o arguido de adolescentes, um dos quais foi o próprio sobrinho, que foi obrigado a ter relações sexuais com o arguido.

O julgamento foi interrompido para almoço às 13:50.

Francisco Leitão é acusado de quatro crimes de homicídio e outros quatro de ocultação de cadáver.

Mãe confirma

Isabel Pires, irmã de Mara Pires confirmou à porta do tribunal que o filho foi vítima de abusos sexuais por parte do arguido.

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Isabel Pires disse que o filho de 23 anos lhe confessou que quando tinha 18 anos foi obrigado por Francisco Leitão a ter relações sexuais com ele e já avançou com uma queixa contra o arguido, que está junto ao inquérito no Tribunal da Lourinhã, em que é acusado de abusos sexuais a 20 menores.

«Só queria agarrá-lo um bocadinho para fazer justiça com as minhas próprias mãos», desabafou.

A mulher relatou que abordou o arguido há quatro anos e disse-lhe: «Se gostas de rapazes, não tenho nada a ver com isso, mas abusar do meu filho isso é que não».

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