A fusão de sindicatos pode ser uma boa opção mas também pode suscitar problemas logísticos e até de participação dos trabalhadores, considerou esta quinta-feira, João Proença, secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT). A informação foi avançada pela agência Lusa.
João Proença comentava os planos de fusão de três organizações sindicais, duas britânicas e uma norte-americana, que querem unir esforços para defender com maior eficácia os direitos laborais dos trabalhadores de empresas multinacionais.
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A Amicus e a União Geral dos Trabalhadores do Transporte e o Sindicato dos Trabalhadores Unidos do Aço pretendem criar o maior sindicato do mundo, que representará mais de 3,4 milhões de trabalhadores dos EUA, Canadá, Reino Unido e Irlanda.
«Trata-se de uma experiência válida mas que pode levantar importantes problemas de organização ou relativos à participação dos próprios trabalhadores», alertou João Proença.
O dirigente sindical da UGT, que integra a Federação Europeia de Sindicatos e a Confederação Sindical Internacional, considera preferível «o reforço de poder das federações e confederações sindicais internacionais do que a criação de mega-sindicatos».
Também o economista Eugénio Rosa alertou para a possibilidade de a fusão entre estruturas sindicais não contribuir para uma defesa mais eficaz dos direitos dos trabalhadores.
A fusão «pode conduzir a uma maior unidade e, se assim for, é um passo positivo mas também pode levar a uma maior fragmentação do movimento sindical existente e, nesse caso, causa um retrocesso», sublinhou Eugénio Rosa à Lusa.
«A proliferação de estruturas sindicais pode levar à fragilização», disse, acrescentando que os sindicatos em causa defendem apenas alguns dos profissionais que trabalham numa multinacional, «onde há de tudo, desde técnicos a motoristas».
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