Cerca de meia centena de trabalhadores, que iniciaram uma greve na segunda-feira e cuja adesão ronda os 75%, estavam concentrados às 09:30 junto ao Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, em Lisboa, em defesa do acordo de empresa.
A greve foi convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), pelo Sindicato da Hotelaria do Sul e Sindicato Nacional de Profissionais de Farmácia e Paramédicos (SIFAP) e abrange enfermeiros, auxiliares, administrativos e trabalhadores da área da farmácia.
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Em declarações à agência Lusa, Rui Marroni, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) adiantou que cerca das 09:30 ainda não tinham sido apurados os dados relativos ao turno da manhã, mas no da noite foi registada uma adesão de 75%, ligeiramente inferior ao primeiro dia (segunda-feira) que rondou os 80 a 90%.
A adesão é muito grande. Ultrapassou até as expectativas porque a intimidação é muito grande. Cerca de 25% dos trabalhadores do hospital estão subcontratados a uma empresa criada pela própria administração, a Servihospital, e tem havido muita intimidação sobre todos eles”, disse.
No protesto desta terça-feira esteve presente o secretário-geral da CGTP-in, Arménio Carlos.
De acordo com Rui Marroni, na origem da greve está a negociação do acordo de empresa, que a “administração não tem vontade de mudar”.
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A administração não mostra vontade de sair de uma posição inicial que apresentou em novembro de 2015 e as negociações começaram em fevereiro de 2016. Desde então decorreram 22 reuniões negociais onde pouco se evoluiu, apesar de os sindicatos terem reformulado e apresentado contrapropostas que se aproximaram muito das da administração”, contou.
O sindicalista explicou que mais tarde a administração da Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa (HCVP) acabou por requerer a caducidade da convenção e depois seguiu-se um processo de conciliação solicitado pelos sindicatos, mas a empresa continuou a não demonstrar vontade negocial.
Contudo, não está só em causa o acordo de empresa, está também a integração de cerca de uma centena de trabalhadores subcontratados, achamos que são 80 ou 100 pois não temos dados porque a administração não nos forneceu. Temos a impressão que estes são uma quarta parte dos trabalhadores do hospital e muitos deles ainda estão a recibos verdes”, explicou.
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No entender de Rui Marroni, o fundamental agora é prosseguir com a negociação e integração dos trabalhadores subcontratados.
“A greve termina hoje, mas há disponibilidade dos trabalhadores para continuar a lutar”, concluiu.
Os trabalhadores do HCVP decretaram greve geral para segunda-feira e hoje, em defesa do acordo de empresa e pela integração nesse acordo de todos os profissionais subcontratados.
Os trabalhadores já tinham estado em greve em junho e voltaram à paralisação “face ao impasse demonstrado pela administração” do Hospital, que apresentou a denúncia do acordo de empresa em novembro de 2015, segundo os sindicatos.
Os sindicatos requereram a mediação do processo junto do Ministério do Trabalho e "solicitaram entretanto reuniões à Direção-Geral da Saúde e às entidades acionistas do HCVP: Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) e Parpública, no sentido do desbloqueamento desta situação de impasse e salvaguarda da paz social na instituição".
De acordo com os sindicatos, as reuniões com aquelas entidades concretizaram-se nos passados dias 21 de novembro com a CVP e no dia 24de novembro com a Parpública.
"Nestas reuniões, os responsáveis destas entidades informaram os sindicatos, de que iriam reunir com a administração do HCVP, no sentido desta situação poder vir a ser desbloqueada", indicaram os sindicatos.
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