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Estudo que liga milho transgénico ao cancro «insuficiente»

Posição manifestada pela autoridades europeia de segurança alimentar

A autoridade europeia de segurança alimentar considerou hoje insuficiente um estudo francês que estabelece uma ligação entre o milho geneticamente modificado e o cancro e pediu informações adicionais antes da última apreciação, no final deste mês.

Segundo a EFSA (European Food Security Authority), a primeira avaliação demonstrou que «o plano, a informação e a análise do estudo são insuficientes», pelo que não pode «considerar as conclusões dos autores cientificamente válidas».

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A autoridade pediu ao autor do estudo, o cientista francês Gilles-Eric Seralini, que preste informações adicionais a tempo de uma segunda e última avaliação do estudo, no final deste mês.

A equipa de Seralini na Universidade de Caen descobriu que ratos alimentados com milho geneticamente modificado NK603 desenvolviam tumores, assim como os que eram expostos aos herbicidas de glifosato, produzidos ambos pelo gigante agroalimentar norte-americano Monsanto.

O cientista francês reagiu ao anúncio da EFSA, afirmando que não pretende dar informações adicionais até que a autoridade dê pormenores sobre a avaliação daqueles produtos.

«É absolutamente escandaloso que (a EFSA) mantenha secreta a informação em que baseou a avaliação» do NK603 e do herbicida, disse o cientista, citado pela France Presse.

«Seja como for, não vamos dar-lhes nada. Tornaremos a informação do domínio público quando eles fizerem o mesmo», acrescentou.

O NK603 foi desenvolvido pela Monsanto para resistir ao herbicida Roundup, também produzido pela empresa.

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Seralini e a equipa afirmam que a experiência foi a primeira a acompanhar os ratos ao longo de toda a vida, ao contrário dos habituais 90 dias, mas outros especialistas questionaram a metodologia, os resultados e a relevância para os seres humanos.

A EFSA, que fiscaliza e autoriza a utilização de organismos geneticamente modificados (OGM), já tinha rejeitado em maio uma proibição das autoridades francesas de outro milho da Monsanto, o MON810, por considerar que não tinha sustentação científica.

«Com base na documentação apresentada por França, não encontrámos provas científicas concretas de risco para a saúde humana ou animal ou para o ambiente», concluiu então a EFSA.

A França é um dos países que há muito se opõe aos alimentos geneticamente modificados, mas a pressão sobre os agricultores, em termos de custos, é muito grande, o que leva a que os OGM sejam cada vez mais utilizados.

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