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Milho transgénico a todo o gás

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Quem não plantar esta versão do grão «fica fora da modernidade»

A produção de milho geneticamente modificado está a ganhar cada vez mais adeptos. Este ano, entre 120 e 130 agricultores decidiram apostar no milho transgénico. No total, estão semeados cerca de 1.200 hectares dessa versão, segundo o presidente da direcção do Centro de Informação de Biotecnologia (CIB), Pedro Fevereiro.

O engenheiro José Maria Rasquilha já é agricultor há 22 anos e é hoje em dia o maior produtor de milho transgénico em Portugal. Dos 300 hectares de milho que plantou este ano, 230 são da versão geneticamente modificada e apenas 70 hectares são da versão convencional.

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É o segundo ano em que aposta no milho transgénico. Assim que a plantação desta versão foi permitida, em 2005, aderiu e o balanço que faz é «extremamente positivo»: «A produtividade foi muito superior e houve muito menos ataques de insectos», diz o agricultor.

O ano passado, a produção de milho transgénico deste defensor da versão geneticamente modificada foi 25 por cento superior à da versão convencional.

«A produção de milho convencional foi significativamente inferior e teve de ser submetida a três tratamentos por causa das pragas, o que aumentou em muito os custos», explica.

«Quem não plantar milho transgénico fica fora da modernidade

Este ano, não prevê uma diferença tão grande em termos de produtividade, porque «houve menos ataques e só foi preciso fazer um tratamento». E garante que «quem não passar a plantar milho transgénico nos próximos cinco ou seis anos, fica fora da modernidade».

«Com o aumento dos custos, quem ficar de fora não vai conseguir competir», justifica.

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«Não podemos andar de bicicleta enquanto outros andam de turbo»

Gabriela Cruz, agricultora há 14 anos, partilha desta opinião: «Não podemos andar de bicicleta enquanto outros andam de turbo. Temos de aderir à modernidade. Portugal e a Europa têm de acompanhar a América, onde se produz este milho há anos».

A agricultora só aderiu este ano ao cultivo de milho transgénico este ano e prepara-se para fazer a primeira colheita, mas já perspectiva bons resultados uma vez que «houve pouca incidência de pragas».

Aos olhos de Gabriela Cruz, são muitas as vantagens desta variante: «o milho transgénico, ao ser resistente aos ataques das pragas, evita a aplicação de mais um produto fitofarmacêutico, o que envolve menores custos, é melhor para o ambiente, é melhor para o produto final e para os trabalhadores que tratam directamente com o milho, que não têm de lidar directamente com mais um químico».

Às vozes críticas dos ambientalistas, que apontam graves consequências para o ambiente e para a saúde, a agricultora responde que «ainda não conseguiram apresentar provas concretas das desvantagens, enquanto que nós apresentamos provas concretas das vantagens».

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O milho transgénico é o resultado da introdução de um genoma, retirado da larva broca que destrói grande parte das produções de milho convencional, no ADN da planta, criando assim a resistência ao bicho e evitando o uso de pesticidas.

Em Portugal, a produção de milho geneticamente modificado é legal desde 2005, mas apenas pode ser comercializada para rações de animais. «É uma batalha difícil e que antes de cinco anos certamente não haverá outras produções geneticamente modificadas em Portugal, como o arroz, a batata e o tomate», diz o director do CIB.

O PortugalDiário foi a Elvas ver as plantações de milho transgénico e participar de um encontro com agricultores que aderiram a esta produção a convite do CIB.

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