A sinistralidade rodoviária está, este ano, a registar uma das maiores descidas de sempre. A diminuição das mortes na estrada já vai nos 28 por cento. Os dados da Brigada de Trânsito foram contabilizados até ontem e dão conta de uma «nova realidade» no comportamento dos portugueses na estrada.
O ano de 2006 está a superar todas as expectativas na sinistralidade rodoviária. Em comparação com o mesmo período do ano passado, este ano, há menos 6 por cento de acidentes rodoviários, menos 3 por cento de feridos graves e menos 6,5 por cento de feridos ligeiros.
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A descida mais acentuada é também a mais importante. Este ano, já morreram menos pessoas na estrada. «Cerca de menos 100 vítimas mortais. Nunca se chegou a esta altura do ano com uma descida tão evidente», adiantou ao PortugalDiário o major Lourenço da Silva, porta-voz da Brigada de Trânsito (BT).
As acções de fiscalização da BT cresceram e já resultaram num aumento de 18 por cento no número de contra-ordenações detectadas, em relação ao ano anterior. No entanto, este factor não explica tão grande decréscimo.
Também a entrada do novo código da estrada ou o aumento do preço dos combustíveis, e consequente menor utilização de veículos a motor, parecem não chegar para compreender «provavelmente a maior diminuição nos últimos 30 anos».
«Eu acredito que finalmente o comportamento dos portugueses na estrada mudou. Ao fim de muitos anos de campanhas e de as pessoas serem "marteladas" diariamente com a tragédia, houve uma mudança», explicou o major.
«Já não se vê muitas das asneiras "habituais" e os condutores perceberam que se tiverem uma condução calma têm mais probabilidade de chegar vivos ao fim do dia», rematou o responsável, que agradece também à comunicação social a constante divulgação de um «tema diário» que parece ter chegado ao coração de quem conduz.
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