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Absolvidos funcionários acusados de maus-tratos a jovens

Tribunal de Matosinhos absolveu os dois dirigentes e seis funcionários do polo de Vila do Conde do Centro Juvenil de Campanhã

Artur Marques considera que este caso foi "uma tentativa de manipulação da justiça por pessoas sem escrúpulos, para dizer o menos, e esta sentença repõe a verdade". Albano Loureiro considerou que, após esta sentença, que o "Ministério Público devia pedir desculpa" aos arguidos, muitos dos quais tiveram prejuízos a nível profissional devido a este caso.

O Tribunal de Matosinhos absolveu hoje dois dirigentes e seis funcionários do polo de Vila do Conde do Centro Juvenil de Campanhã que estavam acusados do crime de maus-tratos a 22 rapazes acolhidos na instituição.

O coletivo presidido pelo juiz Miguel Monteiro não deu como provados os factos atribuídos aos oito arguidos e alegadamente cometidos entre 2010 e 2013 naquela instituição, um lar de infância e juventude, que tem acordo de cooperação com a Segurança Social e que acolhe crianças e jovens do sexo masculino em risco.

No acórdão lido pelo juiz, o tribunal realçou que as "testemunhas ouvidas não confirmaram a imagem de uma instituição que trata mal os seus utentes", referindo até que os arguidos deram conta do seu "profissionalismo".

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Segundo o 'site' da Procuradoria-Geral Distrital do Porto, os arguidos, entre os quais a diretora pedagógica do centro, estavam acusados por infligirem castigos físicos aos utentes e sujeitaram-nos a "tratamentos humilhantes".

Quatro dos arguidos foram detidos em finais de outubro de 2013 pela GNR, após uma investigação desencadeada por denúncias de pelo menos uma antiga funcionária e alunos.

As denúncias reportavam-se a bofetadas, pontapés e agressões com toalhas molhadas e a castigos como arrancar ervas de joelhos, algo que, porém, o tribunal não deu como provado. No acórdão lido pelo juiz Miguel Monteiro menciona-se apenas um "puxão de orelhas a um menor", agarrões e empurrões por parte de alguns arguidos.

"Acho esta sentença maravilhosa, tecnicamente irrepreensível, demonstra um extremo cuidado do tribunal na avaliação da prova, que não se limita a absolver e que desmonta a vingança" contra os arguidos, afirmou o advogado Artur Marques, que defendeu Conceição Martins, antiga diretora pedagógica do centro e uma das arguidas.

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O advogado salientou que "o Ministério Público, muitas vezes, não deteta a vingança e a conspiração".

"Não tenho a menor censura a fazer ao Ministério Público" na condução deste processo, concluiu, distanciando-se assim do advogado Albano Loureiro, que defendeu o ex-presidente do polo de Vila do Conde do Centro Juvenil de Campanhã.

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