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Juiz Carlos Alexandre acusado de quebrar segredo de justiça

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Magistrado teve de jurar em tribunal que não revelou detalhes do caso de Ricardo Salgado quando almoçou com um jornalista no verão passado

Para o magistrado a carta anónima quis «criar um ambiente de suspeição» em relação às suas capacidades para julgar o caso, ou afastá-lo do mesmo. Até porque os dados transmitidos na carta não correspondiam aos que constam no processo de Salgado.

O juiz Carlos Alexandre, conhecido por estar à frente de casos mediáticos como o de Ricardo Salgado, dos Vistos Gold e do ex-primeiro-ministro José Sócrates, foi acusado de ter quebrado o segredo de justiça por ter revelado informações privilegiadas a um jornalista.

Segundo avançou o jornal «Público», o magistrado teve de jurar em tribunal que não revelou detalhes do caso de Ricardo Salgado, quando almoçou com um jornalista da revista «Visão», um dia após a detenção do ex-presidente do BES.

O juiz terá sido visto a almoçar num restaurante em Moscavide por alguém que escreveu uma carta anónima à Procuradoria-Geral da República a acusar Carlos Alexandre de ter revelado ao jornalista Francisco Galope pormenores do interrogatório a Ricardo Salgado.

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«Nos dias seguintes à detenção e inquirição do dr. Ricardo Salgado, o sr. juiz Carlos Alexandre desmultiplicou-se em contactos diretos e pessoais com jornalistas. Num dos encontros falou com detalhe sobre o interrogatório de Ricardo Salgado e outros detalhes do processo. Quem assistiu ao almoço, ficou a saber como Ricardo Salgado foi confrontado com um documento que dava sem efeito o contrato-promessa de venda da ESCON [sic] à Sonangol, mostrando desconhecer o documento», lê-se na denúncia.

O caso obrigou à abertura de um processo, consultado pelo jornal «Público», onde foram ouvidos vários jornalistas que na altura escreveram artigos sobre o interrogatório.

Todos se recusaram a revelar quem eram as suas fontes, invocando o sigilo profissional, mas todos garantiram que o juiz Carlos Alexandre não era uma delas, e queixaram-se, mesmo do caráter excessivamente «reservado» do juiz.  

«Seria temerário da minha parte fazer qualquer consideração a esse respeito num restaurante onde é impossível ter qualquer tipo de privacidade», terá dito Carlos Alexandre.

A procuradoria acabou por arquivar o processo no final de janeiro.

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