Já fez LIKE no TVI Notícias?

Matou a filha mas «não sabe explicar»

Tribunal de Matosinhos começou a julgar pai que sufocou filha com cinto de roupão

O homem que em Maio de 2009 sufocou a filha de sete anos com o cinto do roupão voltou a confessar o crime, esta quinta-feira, no Tribunal de Matosinhos, onde começou a ser julgado, mas não conseguiu explicar porque o fez, escreve a Lusa.

«É tudo verdade. Mas não consigo explicar», começou por dizer o arguido João Cerqueira Pinto, de 46 anos e acusado de homicídio qualificado.

PUB

O arguido recusou a tese de vingança contra a ex-mulher, de quem não queria ter-se divorciado, ou a de que teria premeditado o crime.

O homem relatou que a 28 de Maio de 2009 convenceu a ex-mulher a deixá-lo jantar com a filha, após o que foi buscá-la à escola e levou-a para casa, onde a ajudou «a fazer os deveres».

Antes de jantar, os dois sentaram-se no sofá - com a filha «deitada de barriga para baixo» - e foi então que João Pinto começou a apertar o cinto de roupão que esta tinha ao pescoço «como se fosse um cachecol».

«Porque não parou?»

«No princípio estrebuchou um bocadito», recordou o arguido, que terá apertado o cinto durante «cerca de quatro minutos». Questionado pela juíza presidente por que motivo não parou, o arguido respondeu: «Lembro-me de que queria parar e não conseguia».

Logo em seguida, João Pinto saiu de casa e dirigiu-se «até ao Cabedelo de Gaia», não sem antes deixar a filha no sofá-cama, entretanto aberto, coberta com um lençol «até ao pescoço».

PUB

Recorda-se de ter enviado uma mensagem para o telemóvel da ex-mulher, após tentar sem êxito contactá-la, dizendo que a filha estava «a descansar eternamente com os anjos».

«Sou um monstro»

No caminho até ao Cabedelo foi contactado várias vezes pela Polícia Judiciária, entretanto alertada, e enviou uma mensagem dizendo: «sou um monstro».

Já no Cabedelo tentou suicidar-se (o que já tinha feito várias vezes antes da data do crime), atirando-se à água, mas deixando «os sapatos e o telemóvel na areia».

«Estava desesperado», sublinhou o arguido que acabou por ser encontrado «todo encharcado» pela Polícia Judiciária, a quem tinha transmitido a sua localização.

João Cerqueira salientou ainda que «nunca» quis a morte da filha e que queria «suicidar-se sozinho sem fazer nada à menina».

Ainda assim, não consegue explicar porque praticou o crime, do qual está «muito arrependido» e sente «uma grande frustração».

Foram hoje também ouvidos os membros da PJ que encontraram o arguido no Cabedelo, em Gaia, e o agente da PSP chamado ao local do crime onde encontrou «a menina deitada no sofá cama» e uma «música a tocar» de Tony Carreira, num cenário que considerou «preparado».

O julgamento prossegue a 4 de Fevereiro, pelas 09:30, data em que será ouvida a mãe da menina, que pretende prestar depoimento sem a presença do arguido.

PUB

Últimas