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Consumo de anfetaminas equivale ao de cocaína e opiáceos juntos

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ONU divulgou o Relatório Mundial de Drogas 2010

O consumo de anfetaminas continua a crescer e está próximo de envolver tantas pessoas quantas as que consomem cocaína e opiáceos juntas, de acordo com o último relatório das Nações Unidas sobre drogas.

O Relatório Mundial de Drogas 2010, divulgado pelo gabinete das Nações Unidas para a Droga e Criminalidade (UNODC) e citado pela Lusa, indica que a cannabis é ainda o estupefaciente mais consumido em todo o mundo, mas dá conta de alterações no padrão de consumo, com a afirmação de novas drogas e mercados.

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Enquanto o consumo estabilizou nos países desenvolvidos, tem crescido continuamente nos países em desenvolvimento, sobretudo da África Oriental (heroína), Ocidental (cocaína), América do Sul (cocaína), Médio Oriente e Sudeste da Ásia (sintéticas).

A produção potencial de heroína recuou 13 por cento no ano passado, com maiores quebras no Afeganistão e Birmânia. O cultivo de ópio está em declínio no Afeganistão e vai continuar em queda este ano devido a uma praga que poderá devastar um quarto da produção.

Nos países andinos, a quebra na produção de cocaína atinge 28 por cento na última década. Nos Estados Unidos, o consumo de cocaína caiu acentuadamente e a UNODC estima que as transacções valham hoje menos um quarto do que há dez anos.

«Uma das razões para a violência no México é que os cartéis estão a lutar por um mercado cada vez mais pequeno», afirmou o director da UNODC, António Maria Costa.

A Guiné-Bissau é o «melhor exemplo» da instabilidade política causada pelos cartéis traficantes de droga em países produtores.

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O Relatório Mundial de Drogas sublinha que nos últimos anos a África Ocidental tornou-se numa plataforma de distribuição para os traficantes sul-americanos, que pretendem aceder ao mercado europeu, o maior a nível mundial para a cocaína.

«Os traficantes conseguiram cooptar altas figuras» nalguns destes países, como a Guiné-Bissau.

Na Europa, quase duplicaram os consumidores de cocaína, de dois milhões em 1998 para 4,1 milhões em 2008, tornando-se no principal mercado.

«A mudança na procura levou a reorientações nas rotas de tráfico, com uma quantidade cada vez maior de cocaína a vir para a Europa dos países andinos, através da África Ocidental», refere o relatório.

A UNODC identifica ainda aumento do consumo de estimulantes do género das anfetaminas (ATS), que já envolve entre 30 a 40 milhões de pessoas, e de medicamentos. A manter-se a tendência, em breve os consumidores de anfetaminas serão mais do que os de opiáceos e cocaína juntos.

«Não iremos resolver o problema mundial das drogas se simplesmente empurrarmos o vício da cocaína e heroína para outras substâncias viciantes ¿ e há quantidades ilimitadas delas, produzidas em laboratórios da máfia a preços triviais», afirmou Costa.

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O mercado das chamadas ATS, alerta a UNODC, é mais difícil de vigiar porque as rotas de tráfico são mais curtas, sendo a produção feita próximo do mercado consumidor e os químicos usados legais e facilmente disponíveis.

«Estas novas drogas criam um duplo problema. Primeiro, estão a ser desenvolvidas a um ritmo muito mais rápido do que as normas regulatórias e as forças de segurança conseguem acompanhar. Segundo, a sua comercialização é astuciosa, dado que são feitos à medida para ir ao encontro das preferências específicas em cada situação», referiu Costa.

Em 2008 registou-se um aumento de 20 por cento nos laboratórios clandestinos detectados. Enquanto na Europa o consumo de ecstasy entrou em queda em 2006, está a aumentar na Ásia e na América do Norte, demonstrando a «fluidez do mercado».

Outra indicação desta «fluidez» é que o consumo de cannabis está a regredir na América do Norte e nalgumas partes da Europa, os maiores mercados desta droga. Actualmente é consumida por 130 a 190 milhões de pessoas pelo menos uma vez por ano e é produzida em quase todos os países, sendo o Afeganistão o maior produtor.

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