O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) criticou esta segunda-feira o encerramento do serviço de pediatria do hospital de Lamego, a partir de terça-feira, considerando ser «mais um duro golpe no acesso a cuidados de saúde» daquela cidade, de acordo com a Lusa.
Segundo o sindicato, com a criação do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), integrando o hospital de Lamego, «deu-se início a um processo de reestruturação que tem levado ao encerramento sucessivo de serviços» nesta unidade hospitalar.
PUB
«Desde sempre percepcionámos a intenção inerente a este processo, do qual apenas se desconhecia a sua amplitude, isto é, que serviços restarão ao novo hospital de Lamego», que se encontra em construção, refere em comunicado.
A estrutura sindical conta que, em Fevereiro, ao falar sobre o serviço de pediatria, o presidente do conselho de administração do CHTMAD garantiu que, «até à abertura do novo hospital será mantida a urgência, ainda que o internamento deixe de ser uma realidade na nova unidade hospitalar».
«Mentira, pois encerrou o serviço mesmo antes do novo hospital», acusa.
O SEP refere ainda que também o presidente da autarquia, Francisco Lopes, em audiência com dirigentes do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, assegurou «a continuidade do funcionamento do serviço, pelo menos, até à abertura do novo hospital».
«Mentira, o serviço encerra e ainda não existe nenhum novo hospital», critica.
O SEP critica «todo este processo de despojamento da população de Lamego de cuidados de saúde», que «teve o seu início com o encerramento do serviço de obstetrícia e ginecologia, a que se seguiu o encerramento do bloco operatório durante o período nocturno e, posteriormente, o encerramento do serviço de internamento da pediatria, ficando apenas em funcionamento a urgência de pediatria».
«Agora é desferido mais um duro golpe no acesso a cuidados de saúde: o serviço de pediatria do hospital de Lamego encerra totalmente no dia 9 de Novembro», acrescenta.
O sindicato conta que os enfermeiros deste serviço «foram surpreendentemente informados do encerramento sem sequer terem sido ouvidos no processo de tomada de decisão» e considera que se trata de «uma perda irreparável, uma vez que o serviço de pediatria mais próximo se encontra a 45 quilómetros».
PUB