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Fátima: Quercus contesta fábrica perto do santuário

Associação ambientalista pediu às autoridades para que não licenciem a fábrica, que fica a apenas um quilómetro do Santuário

A Quercus, Associação Nacional de Conservação da Natureza contestou esta quarta-feira o projecto para a construção de uma fábrica de cal em Fátima, a pouco mais de um quilómetro do Santuário da Cova da Iria, noticia a Lusa.

No âmbito da consulta pública da Avaliação de Impacte Ambiental (EIA), cujo período termina na quinta-feira, a Quercus apelou às autoridades para que não licenciem a fábrica, propondo o estudo comparativo de localizações alternativas.

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Para as populações próximas «haverá certamente perda de qualidade de vida» e «é claro que não será positivo para a saúde pública, como de resto indica o próprio EIA», disse à agência Lusa o dirigente da Quercus Domingos Patacho.

«Esta fábrica está prevista a menos de 250 metros da A1, próximo dos Valinhos e a cerca de 1.600 metros do Santuário de Fátima, área turística onde acorrem cerca de cinco milhões de peregrinos por ano», sublinhou em comunicado a associação ambientalista.

A Quercus lamentou «o interesse da Câmara de Ourém na instalação desta fábrica num local com residências a 170 metros», criticando o facto de a autarquia ter «solicitado à Assembleia Municipal a emissão de Declaração de Interesse Público Municipal para desafectação da Reserva Ecológica Nacional da área envolvente ao projecto».

À agência Lusa, o vereador responsável pelo pelouro do Ambiente, José Manuel Alho, disse que esta declaração «é um mero acto administrativo e que visa responder às exigências da Comissões de Coordenação de Desenvolvimento Regional para resolver um conflito».

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Segundo José Alho, quando foi elaborado o Plano Director Municipal, em 2002, «foram reservadas zonas para a indústria extractiva em áreas com estatuto de Reserva Ecológica Nacional», algo que sucede neste caso.

A associação ambientalista referiu, por outro lado, que tem sido alertada pela população sobre a possibilidade desta unidade ser construída numa pedreira junto do lugar de Moimento, na cidade de Fátima.

O ruído produzido pela fábrica «é um problema», uma vez que «está próximo dos limites regulamentares e inviabiliza a expansão da localidade de Moimento», segundo o comunicado.

A Quercus mostrou-se ainda preocupada com o uso de combustível, o coque de petróleo, que está «associado a emissões de gases prejudiciais à saúde e ao ambiente, libertando partículas, monóxido de carbono e dióxido de enxofre».

Domingos Patacho lamentou, ainda, que antes de existir uma decisão da Direcção Regional de Economia de Lisboa e Vale do Tejo já se tenha avançado «com a destruição de área florestal» no local previsto para a fábrica.

O projecto da Fábrica de Cal da MicroLime, Produtos de Cal e Derivados, S.A., prevê a criação directa de 14 novos empregos e entre 56 a 60 postos de trabalho indirectos, associados ao transporte de produtos, manutenção, limpeza e contabilidade.

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