Uma bactéria num recipiente de iodo pode explicar a infecção dos doentes operados na clínica de Lagoa, no Algarve. A hipótese foi adiantada às autoridades holandesas pelo médico holandês que operou os doentes. Tal como em Lagoa, a clínica na Holanda não estava licenciada.
É utilizado nas cirurgias como desinfectante. Neste caso pode ter sido a fonte da infecção ocular. Uma bactéria no recipiente do iodo é para o médico holandês a hipótese mais provável da cegueira.
PUB
A revelação foi feita às autoridades holandesas pelo oftalmologista que operou os quatro doentes. Três estão permanentemente cegos de um olho. Uma quarta paciente, de 35 anos, está em risco de perder a visão dos dois olhos.
O médico de Lagoa adiantou ainda aos inspectores holandeses das actividades em Saúde que o frasco de iodo terá sido manuseado pelo assistente e psicólogo Reinaldo Bartolomeu. Era ele o encarregado de esterilizar o material cirúrgico na sala de operações.
O assistente e o médico holandês conheceram-se no hospital particular do Algarve. Reinaldo Bartolomeu foi inclusive operado pelo médico holandês. Uma cirurgia que também não correu bem.
As irregularidades na clínica de lagoa não serão de agora.
Há queixas de 14 cidadãos holandeses operados em Lagoa que remontam a 2004. Tal como aconteceu em Lagoa, no Algarve, a clínica na Holanda não estava ainda licenciada. O relatório da inspecção-geral das actividades em Saúde deverá estar concluído no final deste mês. Antes mesmo dos resultados dos inspectores portugueses, a procuradoria-geral da República optou por abrir um inquérito.
Os familiares das vítimas ponderam avançar com uma queixa conjunta.
PUB