Considerada a mais antiga doença do mundo, a lepra afetou em 2011 mais de 200 mil pessoas a nível mundial, apesar de existir um tratamento eficaz e gratuito. O 60.º Dia Mundial dos Leprosos assassina-se no próximo domingo.
A comunidade científica, organizações internaci
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onais e o Vaticano assinalam os progressos alcançados no tratamento e no controlo da doença, mas alertam que a incidência da lepra em alguns países, incluindo os novos casos, ainda é significativa.
Entre os países mais afetados está a Índia, onde existem mais casos, Brasil, Angola, Moçambique, Bangladesh, República Centro Africana, República Democrática do Congo, Indonésia, Madagáscar, Nepal e Tanzânia.
A lepra, um «mal» que o homem conhece há mais de 3.500 anos ¿ os registos remontam aos papiros do antigo Egito -, é uma infeção crónica, contagiosa, provocada por uma micobactéria, a hanseníase, que ataca os nervos e os músculos, originando paralisia e lesões cutâneas definitivas, se não for tratada a tempo.
O microbiologista britânico, Stewart Cole, especialista em lepra, reconhece que foram alcançados «enormes progressos no tratamento e no controlo» da epidemia.
«Seis milhões de doentes foram tratados por poliquimioterapia (PQT) e foram curados», realçou.
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Este tratamento composto por três antibióticos, desenvolvido na década de 1980, é distribuído gratuitamente nos países mais pobres pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 1995. Mata a bactéria e cura o doente num período que oscila entre os seis e os 12 meses.
Em 1985, existiam em todo o mundo cerca de 5,2 milhões de pessoas com lepra, de acordo com a OMS.
Apesar da existência do tratamento PQT e de várias campanhas de despistagem, a OMS pede agora um «último esforço» contra a doença, uma vez que a diminuição de novas infeções parece estar estagnada.
Em 2004, foram registados perto de 400 mil casos, número que caiu, em 2010, para 228.474 mil casos. Em 2011, a OMS contabilizou 219.075 mil novos casos de lepra.
«Durante os últimos cinco, quatro anos, o número de novos casos manteve-se relativamente estável, com mais de 200 mil casos», afirmou Stewart Cole, que dirige o Instituto de Saúde Global da Escola Politécnica de Lausanne, Suíça.
Uma equipa norte-americana, de Seattle, está a trabalhar atualmente no projeto de uma vacina e vai pedir a autorização para realizar um primeiro ensaio clínico, avançou ainda Stewart Cole.
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«A ideia da vacinação poderá ser muito útil nas áreas mais remotas para imunizar a população. Mas é um processo longo», concluiu o microbiologista britânico.
Para o Vaticano, a integração social das vítimas de lepra e das respetivas famílias é uma prioridade.
Numa mensagem divulgada esta sexta-feira por ocasião do dia mundial, o presidente do Conselho Pontifício para a Saúde, o arcebispo Zygmunt Zimowski, pediu aos fiéis e às instituições de solidariedade para reforçarem a ajuda às vítimas e para impulsionarem a reinserção social destas pessoas, «que apresentam mutilações inconfundíveis».
O dia mundial «é uma boa oportunidade para renovar o impulso da reinserção social» das vítimas diretas ou indiretas (familiares) desta doença, indicou o arcebispo.
O Dia Mundial dos Leprosos foi instituído pelas Nações Unidas em 1954.
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