Mais de 80 mil abortos «por opção da mulher» foram realizados em Portugal desde 2007, indica um estudo realizado a propósito dos cinco anos do referendo da despenalização do aborto, que hoje se assinala.
Segundo um estudoda Federação Portuguesa Pela Vida, destes 80 mil perto de 13.500 foram repetições e a reincidência «tem vindo a aumentar consideravelmente».
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Os dados oficiais apontam para 62.478 abortos «por opção da mulher» no final de 2010, sendo que os 80 mil até final de 2011 são «estimativas».
O estudo da FPV indica ainda que «as complicações do aborto legal para a mulher têm vindo a aumentar todos os anos, registando-se mesmo uma morte em 2010 (facto que não acontecia desde 1987)».
Mas cinco anos depois da legalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) até às 10 semanas, o aborto clandestino ainda existe em Portugal, embora residual, sobretudo em gravidezes com mais de dez semanas, razão pela qual há quem defenda que o prazo legal devia aumentar para as onze.
Quem o afirma é o presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia (SPO), Luís Graça, que dirige o departamento de ginecologia e obstetrícia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, para quem um prazo de onze semanas seria «mais confortável» para resolver problemas que se colocam com determinados tempos de gestação.
Também a propósito do 5º aniversário do referendo que abriu as portas à legalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), o presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) classifica de «vergonhoso» e «indesculpável» o facto do Ministério da Saúde não ter imposto uma taxa moderadora para o aborto recorrente.
Entretanto, os partidos do Governo afastam a possibilidade de rever a lei, mas o PSD quer avaliar a sua aplicação e o CDS pondera avançar com o fim da isenção das taxas moderadoras para mulheres reincidentes.
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