As autoridades portuguesas e espanholas nunca tiveram, até à descoberta da casa de Óbidos, qualquer indício de que a ETA estivesse instalada em Portugal, apesar de indicações de uso do território como «ponto de passagem». Quem o diz é Mário Mendes, secretário-geral da Sistema de Segurança Interna.
«Havia indícios de que a ETA utilizava Portugal como ponto de passagem, não há dúvida nenhuma. Isso é patente no aluguer de viaturas, na passagem de um ou outro cidadão que podia utilizar o território como passagem no sentido norte-sul», afirmou em Madrid.
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Portugal e Espanha juntos no combate à ETA
Analisando as consequências da descoberta da base da ETA em Óbidos, Mário Mendes afirmou que até esse momento «as próprias autoridades espanholas» nunca «tiveram esse reconhecimento» sobre a presença de uma qualquer estrutura em Portugal. «Mas agora apareceu e não há dúvida nenhuma de que a partir de agora nada é igual», disse.
Considerando exagerado usar a expressão «comando Portugal» para definir a operação encontrada em Óbidos, Mário Mendes prefere o termo estrutura «logística, com alguma vertente laboratorial». «Logística porque não há elementos que levem a concluir que essas duas pessoas são verdadeiramente dois operacionais, no sentido operacional de quem coloca os explosivos», afirmou.
O responsável referiu que, na casa de Óbidos, apenas foram encontradas impressões digitais dessas duas pessoas, cujas identidades correspondem a Andoni Zengotitabengoa Fernández e Oier Gómez Mielgo, actualmente a monte.
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