O ministro da Saúde disse este sábado que os enfermeiros são os pilares do sistema de saúde em Portugal, mas a Ordem considerou que é o país que empurra os enfermeiros para o desemprego e que a profissão está rodeada de desrespeito.
«Os enfermeiros são o elo forte da cadeia de valor da prestação de cuidados de saúde, organizando-os numa dimensão de qualidade e de acordo com a evidência científica. O sistema de saúde virá a ser mais eficiente com os enfermeiros a contribuir para o acompanhamento, despiste e monitorização da saúde dos cidadãos de uma forma mais acentuada», afirmou Paulo Macedo, segundo a Lusa.
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O ministro da Saúde falava na tomada de posse dos novos órgãos dirigentes da Ordem dos Enfermeiros, que decorreu este sábado em Lisboa.
No seu discurso, o ministro da Saúde destacou a importância dos enfermeiros no sistema de saúde, ressalvando que têm um papel cada vez mais importante na assistência aos utentes, pela proximidade que têm aos cidadãos.
Já o bastonário da Ordem dos Enfermeiros empossado lançou várias críticas. Germano Couto disse mesmo que a profissão «está em desalento, rodeada por uma rede de incompreensão, desvalorização e desrespeito».
«O nosso sistema de saúde está numa mutação há muito necessária, fruto da ingerência, irresponsabilidade e decisões políticas erradas de alguns», criticou.
Germano Couto disse que os enfermeiros enfrentam desafios «reais», «sérios» e «enormes» e defendeu que «a responsabilização dos gestores é vital para combater a ineficiência e os problemas crónicos de insustentabilidade financeira».
«A Ordem do Enfermeiros não aceita que o poder político e os gestores organizacionais continuem a tratar a enfermagem e os enfermeiros como fantasmas nos serviços de saúde e nos resultados em ganhos em saúde da população», sublinhou.
A bastonária cessante, por seu lado, aproveitou para criticar o facto do país estar a «desperdiçar o investimento feito na qualificação dos seus recursos, empurrando muitos jovens enfermeiros para o desemprego».
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