«Rápida» regulamentação da lei da violência doméstica, incentivos ao emprego das mulheres e à divisão «de forma igualitária» de tarefas domésticas entre o homem e a mulher, defesa dos direitos sociais das prostitutas e das mulheres homossexuais, condições sociais em relação à paridade. São estes alguns dos pontos principais incluídos no «Manifesto Feminista Eleitoral» discutido esta quarta-feira na sede da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) no Porto.
Este manifesto conta, para já, com doze pontos, e foi realizado a partir dos pareceres de várias associações de mulheres e ligadas aos direitos das mulheres, com o objectivo de ser entregue aos partidos políticos que concorrem às eleições autárquicas e legislativas.
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«A situação das mulheres em Portugal não parece evoluir no sentido da melhoria da qualidade de vida de todas as mulheres. As mulheres enquanto grupo não têm visto a sua condição social melhorar», revelou aos jornalistas a vice-presidente da UMAR, Maria José Magalhães.
A responsável revelou que o manifesto pretende «exigir» a quem assuma o poder «que tenha um olhar sobre a igualdade das mulheres nas diferentes carreiras profissionais, na chegada ao topo, na divisão das tarefas domésticas, à possibilidade de dividir com os homens o cuidar das crianças de forma igualitária».
Uma das medidas propostas e discutidas foi a lei da paridade, que estipula uma licença de quatro meses à mulher e de um mês para o homem. «O tempo devia ser partilhado, mas o Governo pode instituir vigilância do cumprimento da licença de paternidade, se é de facto para cuidar da criança ou se é para descansar em casa», defendeu Maria José Magalhães que entende que «as crianças não são só das mulheres».
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Em relação à violência doméstica, a responsável não tem dúvidas de que «é urgente regulamentar a implementação da nova lei». Maria José Magalhães defendeu ainda que é preciso instituir um tribunal só para os casos de violência doméstica e que é preciso «diminuir a tolerância face ao agressor», aumentando as penas para os homicidas.
«Melhorar a auto-estima das mulheres»
Na tertúlia foram discutidas estas ideias e foram dados outros pontos a acrescentar ao manifesto. Olga Fernandes, da área da oncologia, esteve presente na discussão e apontou a «falta de apoio e de auto-estima das mulheres», bem como o papel que a comunicação social pode ter no aumento da confiança através da publicação de «testemunhos».
«É preciso melhorar a auto-estima das mulheres», considera Maria José Magalhães na tertúlia.
O associativismo, ou seja, a criação de associações de mulheres para se apoiarem, e a educação na infância para a igualdade de género, foram outros dos temas abordados.
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