Já fez LIKE no TVI Notícias?

Um terço dos novos casos de infeção por VIH já eram casos de sida

«Há que fazer um esforço para o diagnóstico precoce»

Um terço dos novos casos de infeção por VIH diagnosticados no ano passado eram já casos de sida, um dado que mostra que é necessário aumentar os diagnósticos precoces, segundo um relatório apresentado esta sexta-feira.

De acordo com o documento do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), dos 776 casos de VIH diagnosticados em 2012, 33,8% eram casos de sida.

PUB

Dos restantes, metade eram casos em portadores assintomáticos e 17,8% casos sintomáticos, mas ainda não de sida.

Helena Cortes Martins, que hoje apresentou o relatório em Lisboa, refere que a percentagem de casos de sida diagnosticados no total das infeções por VIH se tem mantido em valores semelhantes nos anos anteriores, mas admite que «há que fazer um esforço para o diagnóstico precoce».

«O diagnóstico tardio compromete o tratamento», sublinha.

Segundo o documento, nos últimos anos há um decréscimo no número total de casos de infeção VIH, também verificado para os casos de sida.

Ao nível da transmissão da doença dos casos diagnosticados em 2012, o relatório refere que a larga maioria (63%) foi transmissão heterossexual, 24% por relações sexuais de homens com homens e 10% de casos associados ao consumo de drogas.

O número de casos de transmissão de VIH entre mães grávidas e os seus filhos está a decrescer, registando-se em 2012 cinco situações, o ano com menos casos de sempre.

PUB

Numa panorâmica geral dos 776 novos casos diagnosticados no ano passado, o INSA assinala que 41% eram residentes em Lisboa, 70% eram homens e a idade mediana situou-se nos 41 anos.

A média de idades à data do diagnóstico da infeção por VIH está a aumentar tanto nos homens como nas mulheres, com a exceção a ser o grupo dos homossexuais, onde a mediana de idades registou um decréscimo.

Segundo o relatório, «a idade mediana à data do diagnóstico apresenta tendência crescente», ao mesmo tempo que aumentou ainda a proporção de novas infeções em homens.

A especialista Helena Cortes Martins disse que estará a haver uma transmissão da infeção «mais tardia», sobretudo nos heterossexuais, o que poderá indicar que as camadas mais velhas «não estão cientes da importância de serem testadas» para o VIH.

A mediana de idades tem aumentado tanto nos homens como nas mulheres com relações heterossexuais e situou-se no ano passado nos 41 anos, o que «acabou por ser uma surpresa» para os investigadores, admitiu a responsável do núcleo de vigilância do VIH/sida.

PUB

Já no caso dos homossexuais, a idade à data do diagnóstico tem vindo a decrescer, o que pode ser explicado pelo facto de este grupo se submeter a mais testes à infeção.

Apesar disso, registou-se um aumento dos casos que referem o sexo entre homens como o comportamento de risco para a infeção.

Uma análise aos valores de 2005 a 2011 permite observar uma redução de 79% do número de casos relacionados com o consumo de drogas e um decréscimo de 21% nos associados à transmissão heterossexual, enquanto a transmissão homossexual aumentou 33% no mesmo período.

O número de mortes por VIH/sida registado no ano passado (139) foi o mais baixo de sempre dos últimos 23 anos.

No que respeita à origem geográfica, verificou-se um aumento na proporção de novos casos de pessoas nascidas fora de Portugal, em particular na África Subsariana e, apesar de menos significativo, na América Latina.

Do total acumulado de 42.580 casos notificados em Portugal desde 1985, há três distritos que se destacam como os que assinalam mais casos: Lisboa, Porto e Setúbal.

PUB

Últimas