O ministro da Saúde afirmou, esta terça-feira, que o doente que morreu nas urgências do hospital São Francisco Xavier foi atendido nove minutos depois de entrar na unidade e alertou para o «alarmismo» e «falsidade» na análise das mortes nas urgências.
«Recebi há bocado uma nota do hospital de São Francisco Xavier [em Lisboa], relativamente a um óbito na urgência, de que a pessoa tinha 92 anos, tinha multipatologia e foi atendida nove minutos depois de ter entrado e esteve a ser sequencialmente seguida».
A TVI noticiou que um homem morreu na segunda-feira, no Hospital São Francisco Xavier, enquanto esperava atendimento urgente.
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O doente deu entrada por volta das 19:00 nas urgências, devido a uma queda, e foi reencaminhado para o balcão de traumatologia com pulseira laranja, o que indica que devia ter sido atendido em 10 minutos.
Cerca de 50 minutos depois, o idoso foi visto por um médico, que o mandou fazer análises, raio-x e TAC [tomografia axial computorizada]. O utente esteve cerca de 90 minutos a aguardar pelos resultados dos exames e acabou por morrer numa maca, três horas depois, num corredor junto à secretaria da unidade.
Questionado sobre a eventual ligação de mortes ocorridas nas urgências ao tempo de espera dos doentes, Paulo Macedo defendeu a necessidade de se «ter muito cuidado na análise da informação», para apurar a eventual existência de «falha de serviços» ou «erro humano».
Vídeo: Ministro anuncia medidas para combater o caos nas urgênciasPUB
Paulo Macedo adiantou ser necessário perceber que «há um conjunto de óbitos muito significativo em qualquer serviço de urgência durante todo o ano em todos os hospitais e, ainda mais, há um número muito significativo (…) de óbitos por pessoas que entram na urgência».
«Outra coisa é se houve falta de assistência», afirmou, adiantando estarem a ser analisados os casos «individualmente», análise que tem de ser feita com «alguma serenidade».
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