Dois médicos cubanos que prestavam serviço no Centro de Saúde de Odemira terminaram os contratos este mês. O presidente da câmara alerta, por isso, que a urgência local vai ficar ainda mais fragilizada. O incumprimento dos médicos tarefeiros também não ajuda.
José Alberto Guerreiro explicou esta segunda-feira, segundo a Lusa, que o Serviço de Urgência Básica (SUB) é assegurado por médicos prestadores de serviços, no âmbito de um contrato com uma empresa de contratação de mão-de-obra.
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No entanto, «com frequência», os médicos tarefeiros escalados faltam e a empresa não os consegue substituir, sendo os clínicos da Unidade de Saúde Familiar a «colmatar» a falha, reportou à mesma agência o autarca de Odemira, no distrito de Beja.
Até há pouco tempo, segundo José Alberto Guerreiro, prestavam serviço no Centro de Saúde de Odemira três médicos portugueses, um espanhol e nove cubanos, seis dos quais ao abrigo do protocolo existente entre Portugal e Cuba.
Em meados deste mês, acrescentou, os contratos de dois dos clínicos cubanos terminaram, fragilizando a resposta do SUB, situação que o autarca considera «preocupante».
O incumprimento «sistemático» da empresa de prestação de serviços deve-se, no entender do presidente do município, ao valor horário pago aos médicos tarefeiros, «dos mais baixos que se praticam no país» e que «quase não dá para o transporte» dos clínicos que vivem noutras zonas.
A situação «não é apenas da responsabilidade da gestão» da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), na qual Odemira está integrada. Cabe ao Ministério da Saúde resolver, «primeiro que tudo», o problema da «falta de meios» que afeta toda a sub-região
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«A escala para março que está mais longe de poder ser aprovada pelo Conselho de Administração é a [do SUB] de Odemira, a que tem mais turnos em aberto sem médico», afirmou na altura aos jornalistas.
«Temos [em Odemira] cinco médicos do nosso mapa, dos quais só dois fazem serviço de urgência e um está de atestado de longa duração. Depois temos mais seis ou sete médicos cubanos e a seguir vamos comprar serviços»
Maria Joaquina Matos acabou ainda por reconhecer que, em alguns horários, poderia não haver médico no serviço para consultar os doentes.
Desde então, a Lusa tem vindo a solicitar à ULSLA para atualizar a informação sobre a situação do SUB de Odemira, mas a administração da entidade não prestou mais esclarecimentos.
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