A seca que se regista em Portugal causou a pior campanha de cereais de Outono/Inverno das últimas décadas, com quebras assinaláveis da produtividade e fracas perspectivas para as sementeiras de Primavera/Verão, revelou hoje o INE.
O INE (Instituto Nacional de Estatística) adianta que a falta de humidade no solo e a escassa disponibilidade de água para rega levou os agricultores a optarem por reduzir ou não efectuar áreas habituais de sementeiras de Primavera/Verão.
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Acrescenta que a pouca disponibilidade de alimentação natural para o gado tem como consequências imediatas o aumento dos custos de produção de carne e a diminuição de qualidade dos produtos de origem animal e afecta a constituição de stocks de produtos forrageiros para o próximo Inverno.
Afecta, também, a capacidade regenerativa dos prados e pastagens para o próximo ciclo produtivo.
O INE afirma que o mês de Maio contribuiu para o agravamento da situação de seca, embora os aguaceiros que se verificaram na fase intermédia do mês passado tenham criado condições mais favoráveis para as sementeiras, germinação e desenvolvimento das culturas de Primavera/Verão.
No entanto, aqueles aguaceiros pouco beneficiaram os prados e pastagens e dificultaram a recolha e armazenamento de fenos e implicaram perdas em qualidade e quantidade.
O INE sublinha que as dificuldades na alimentação animal levaram ao pastoreio de muitas searas que não justificavam a ceifa e muitos produtores tiveram de vender gado em condições de mercado desfavoráveis, observando que nalgumas regiões a falta de alimentos naturais condicionou a qualidade do leite e do queijo.
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Relativamente às culturas para a indústria, a área semeada com tomate é idêntica à média do último quinquénio mas a área semeada com girassol representa pouco mais de um quinto da média dos últimos cinco anos.
A área plantada com batata de regadio baixou 15 por cento.
O INE indica que as ceifas de cereais praganosos que já se iniciaram confirmam que a campanha 2004/2005 será a pior das últimas décadas, com baixa produtividade e fraca qualidade dos grãos, admitindo também uma produtividade 21 por cento inferior à média do último quinquénio na batata de sequeiro.
Contudo, as produtividades na cereja e pêssego são semelhantes às do ano passado e não diferem muito da média dos últimos cinco anos.
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