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Aleixo: entre o céu e o inferno

Bairro do Porto sempre foi marcado pelo sofrimento. Uma das torres é demolida esta sexta-feira

A história do bairro do Aleixo, no Porto, tem 40 anos. As cinco torres acolheram famílias carenciadas oriundas da Ribeira, depois do 25 de abril de 74. Mas a localização e a forma do bairro permitiram que se tenha transformado no maior mercado de droga do país.

Entre o céu e o inferno. O bairro do aleixo não deixa ninguém indiferente. Diz o povo que o que nasce torto tarde ou nunca se endireita. O povo também tinha direito a viver na zona nobre da cidade com a melhor vista para a Foz do Douro, com rendas baixas, pagas a um senhorio rico: a Câmara Municipal do Porto.

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Para o bairro foram 350 famílias, 1300 pessoas também todos os problemas sociais que se agravaram à medida que as casas envelheciam. Cedo o tráfico de droga começou a tomar conta do bairro. A torre 1 passou a ser conhecida como o maior mercado de droga do país à vista de todos. A construção em altura, com o interior labiríntico, ajudava os traficantes a jogar às escondidas com a polícia, visita frequente do bairro do Aleixo.

Rusgas, rixas, detenções, armas, confrontos entre famílias, tiros e droga. A palavra colou-se ao bairro como se fosse um nome próprio. Nada nem ninguém conseguia acabar com o negócio ilícito, fonte de rendimento de muitas famílias do Aleixo.

Só se acaba com o tráfico de droga acabando com o bairro. Começa a polémica. Rui Rio é considerado inimigo público do bairro. A câmara do Porto vence a batalha dos tribunais e garante que vai cumprir a promessa eleitoral.

A demolição foi aprovada pela câmara em 2009. O plano prevê o realojamento das famílias, noutros locais da cidade. Os 25 mil metros quadrados valem 15 milhões de euros e será no futuro um condomínio de 5 prédios de luxo. Depois da 5 a demolição vai alastrar às outras torres. Ainda não se sabe quando.

Há dúvidas quanto à capacidade de realojamento das pessoas, há dúvidas quanto ao fundo imobiliário que fará crescer aqui um paraíso de luxo, mas há uma certeza: o mercado da droga que prossegue indiferente ao barulho das máquinas e à demolição anunciada, não vai acabar. Apenas muda de sitio, tal como as famílias do Aleixo.

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