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Cuidados paliativos: 400 novos doentes por ano

Consulta no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, ajuda a enfrentar a doença

Mais de 400 novos doentes chegam todos os anos à consulta de cuidados paliativos no Hospital Santa Maria. A maior parte «não faz a mínima ideia» do que são aqueles cuidados para minimizar a dor na doença e o seu impacto na família.

O desconhecimento deve-se, em parte, à escassa informação sobre cuidados paliativos, mas também ao facto de os médicos que referenciam os doentes para consulta no Centro Hospitalar Lisboa Norte não terem «o tempo disponível e suficiente para explicar» o que são estes cuidados, segundo disse à Lusa a médica Filipa Tavares, a propósito do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, que se assinala no sábado.

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«Noventa e cinco por cento dos doentes foram enviados para aqui para se marcar uma consulta sem saberem ao que vêm» mas «há uma fração de doentes mais informados e mais atentos, que sabem que os cuidados paliativos têm a ver com cuidados perante uma situação em que a morte se aproxima», explicou Filipa Tavares, da equipa intra-hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos do Centro Hospitalar de Lisboa Norte.

Alguns desses doentes manifestam esse receio da morte quando chegam à consulta. A «obrigação» dos profissionais é explicar-lhes que a sua intervenção «não está vocacionada por limites temporais», mas para «dar respostas às necessidades que têm e que são únicas e individuais de cada doente e de cada família».

«Os cuidados paliativos têm de transmitir essa capacidade de intervir de uma forma mais precoce na doença avançada, mas para a qual ainda é possível fazer muita coisa para melhorar o bem-estar do doente e ajudar as famílias a lidar com doenças que trazem sofrimento físico e não só».

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A intervenção precoce «começa a ser uma realidade». Inicialmente, os doentes referenciados para esta equipa tinham uma sobrevida curta, até três meses, atualmente há doentes que são referenciados no momento do diagnóstico.

Quando chegam à consulta, os doentes trazem uma ansiedade muito grande relativamente a nível do controlo da dor, sobre a sua vida no contexto da doença, o medo da morte e o receio de perder a dignidade, contou a enfermeira Emília Fradique, que está na equipa desde a sua criação, em 2006.

Segundo o relatório da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), foram assistidos, desde 2006, 122.281 doentes com necessidades de cuidados paliativos, 75% dos quais com doenças oncológicas.

Ao Hospital de Santa Maria chegam, em média, 400 novos doentes por ano, um número que está a aumentar.

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