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Fotógrafo português interrogado no departamento «anti-terrorismo» venezuelano

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Eduardo Leal afirmou que foi «maltratado por homens fardados»

O fotógrafo freelancer português Eduardo Leal, detido na Venezuela quando cobria uma manifestação da oposição, foi «maltratado por homens fardados» e ouvido no departamento «anti-terrorismo» da polícia venezuelana, disse à Lusa o seu advogado.

«Acompanhei-o ao departamento de anti-terroismo do Corpo de Investigações Científicas e Criminalísticas (CICPC, antiga Polícia Técnica Judiciária) e depois de fazer valer os direitos dele, porque não queriam que fosse acompanhado por um advogado, esperei que fosse chamado e entrevistado», disse Inácio Pereira.

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Em declarações à Agência Lusa o advogado explicou que o interrogatório, que presenciou, «foi um procedimento normal para estes casos».

«Ele não tinha telefone, disse-me que tinha perdido a câmara fotográfica e o telemóvel. Também [disse] que tinha sido bastante maltratado por umas pessoas que não conseguiu identificar, mas que estavam fardadas de preto e tinham colete anti-balas», frisou.

Questionado sobre se os agressores do fotógrafo português seriam polícias, o advogado explicou que Eduardo Leal «não pôde identificá-los», mas admitiu que «se lhe puseram algemas e o levaram para a polícia judicial, em Parque Carabobo (centro de Caracas), deviam ser polícias».

Inácio Pereira precisou que soube do caso porque foi contactado pelo Consulado Geral de Portugal em Caracas.

Segundo o advogado, o fotógrafo esteve detido entre as 17:00 locais (21:30 em Lisboa) da última quarta-feira e as 03:00 locais (07:30) de quinta-feira.

«Ele estava bastante magoado, tinha um olho magoado, também as mãos, onde colocaram as algemas, e os braços. Disse-me que tinha as pernas bastante inchadas e quase não podia andar», explicou.

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Segundo o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) venezuelano, 11 jornalistas foram detidos e pelo menos 20 ficaram feridos, entre quarta-feira e domingo, quando faziam a cobertura de protestos da oposição.

Num comunicado divulgado em Caracas, o SNTP faz um balanço da situação dos jornalistas, precisando que «cinco foram espancados e feridos pela Guarda Nacional e cinco foram roubados por funcionários dos mesmos corpos de segurança, que além de lhes tirarem o material e o equipamento de trabalho, também os deixaram sem objetos pessoais, como os telemóveis».

Os opositores protestam contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro.

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