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Hospitais reutilizam material não reutilizável

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Sindicato dos Enfermeiros diz que acontece em serviços como diálise, transplantes ou a cardiologia, e que podem pôr em causa a vida dos doentes

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) denunciou tentativas de reutilização de materiais que não são reutilizáveis em serviços como a diálise, os transplantes ou a cardiologia (pacemakers) que podem pôr em causa a segurança e a vida dos doentes.

Numa conferência de imprensa sobre o impacto das políticas de saúde, o dirigente do SEP José Carlos Martins enumerou vários exemplos da perda de qualidade dos serviços e do material disponibilizado nos serviços de saúde que estarão relacionados com os cortes financeiros.

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«Este corte de milhões de euros nas instituições está a provocar uma degradação da qualidade e quantidade de materiais de uso clínico», disse José Carlos Martins.

O enfermeiro deu exemplos de situações graves, como a tentativa de reutilização de materiais que não são reutilizáveis, como pacemakers, que o sindicato está a apurar de forma a apresentar os casos às «autoridades competentes».

As áreas da diálise ou dos transplantes foram igualmente apresentadas como as que registam estas tentativas de reutilização indevida de materiais.

Compressas que se deterioram, balões de soro que vertem este material, obrigando à sua substituição, pensos e adesivos de qualidade duvidosa foram outros exemplos apontados por José Carlos Martins.

Além do material, este dirigente sindical disse que «estes cortes ¿ aplicados de forma séria nas instituições ¿ está a provocar a saída de enfermeiros sem que estes sejam substituídos».

«Temos um número de enfermeiros muito inferior às necessidades dos internados e das dotações seguras que o Ministério da Saúde fixou para as instituições», disse.

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José Carlos Martins sublinhou que, nos serviços cirúrgicos, com uma enorme rotação de doentes, «os enfermeiros já não têm condições de fazer o conjunto de atividades que sabem e que os doentes têm direito».

Segundo este responsável sindical, a situação é de tal forma grave que já há hospitais com doentes internados nos refeitórios (como no Hospital de Évora), macas nos corredores, enfermarias com mais camas do que aquelas que estavam preparadas, ou menos enfermeiros por turno.

Todos estes casos proporcionam maiores riscos para os doentes, nomeadamente ao nível das infeções hospitalares, mas também afetam os cuidados, como o tratamento de escaras, para o qual já «não existem enfermeiros em número suficiente».

José Carlos Martins alertou para o aumento do internamento de doentes institucionalizados que chegam aos hospitais com escaras não tratadas.

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