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«Iam todos vestidos de negro e calmos» rumo à praia

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Prosseguem as buscas pelos cinco jovens que continuam desaparecidos, após serem arrastados por uma onda no Meco

Pouco depois da uma da manhã de domingo a tragédia aconteceu à beira-mar. Sete jovens sentados na areia, foram surpreendidos pela força do mar e levados, para dentro de água, por uma onda. Apenas um conseguiu sobreviver. Correu a dar o alerta. Ligou para o 112, do seu telemóvel ou de uma cabine, há relatos nos dois sentidos, mas já era tarde. As buscas começaram de imediato, mas até ao momento apenas um corpo foi encontrado. Cinco continuam desaparecidos.

Praia do Meco é perigosa até no verão

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Foram vistos, pela última vez, vestidos de negro, rumo à praia. Envergavam o traje académico. Fernando Costa, dono do restaurante «Gula do Meco» terá sido a última pessoa a ver o grupo com vida. «Estava à varanda, cerca de meia noite, e vi um grupo de jovens a caminho da praia», contou ao «Jornal de Notícias». «Achei estranho pela hora. No inverno não é habitual ir até ao mar àquela hora», acrescenta. «Iam todos vestidos de negro e muito calmos».

Eram sete, três rapazes e quatro raparigas. Estudavam na Universidade Lusófona. Tinham entre 21 e 25 anos de idade e pertenciam à Comissão de Praxe ("Copa"), maioritariamente constituída por finalistas, com representantes de vários cursos. Era habitual organizarem fins-de-semana fora.

Buscas por terra e mar pelos cinco jovens desaparecidos no Meco

Tinham alugado uma casa em Alfarim, Sesimbra, para passarem dois dias. De acordo com os relatos que alguns vizinhos da moradia fizeram aos jornais, o grupo chegou sexta-feira à noite e por ali andou. Fizeram as refeições em casa e depois do jantar, no sábado, foram passear até à praia.

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Parecia um grupo calmo, discreto, sem excessos de álcool, ao contrário de outros que já por ali passaram. Os vizinhos descrevem brincadeiras em que, por exemplo, um veterano obrigava os outros a fazerem exercícios físicos.

A Reitoria da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias decretou três dias de luto, colocando a bandeira à meia-haste.

Fonte da Comunicação da Faculdade disse à Lusa que está a ser disponibilizado apoio psicológico, por parte dos docentes das cadeiras de psicologia da universidade, aos familiares enlutados e aos colegas e amigos estudantes da instituição.

Alguns colegas acabaram por revelar aos meios de comunicação social os nomes dos jovens: João Miguel Gouveia (o único sobrevivente); Pedro Tito Negrão (cujo corpo já foi encontrado); Tiago André Campos; Catarina Soares; Andreia Revez; Carina Sanchez e Joana Barroso.

As buscas pelos cinco jovens, desaparecidos domingo na Praia do Meco, foram retomadas esta segunda-feira pelas 07:30 por mar e por terra, sem o recurso aos meios aéreos, segundo a Autoridade Nacional da Proteção Civil.

As equipas de buscas  alargaram em termos de milhas a área de procura, passando de três para cinco milhas de distância da costa, abrangendo uma zona entre a Lagoa de Albufeira e a Praia dos Lagosteiros, já próxima do Cabo Espichel, segundo disse à Lusa o comandante do Porto de Setúbal, Lopes da Costa.

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