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«Não há nenhum risco iminente que nos obrigue a fazer descargas»

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Operação nas barragens portuguesas e espanholas está regularizada

A operação nas barragens portuguesas e espanholas está regularizada devido à previsão de diminuição da precipitação para os próximos dias, disse Rui Rodrigues, da Agência do Ambiente, salientando que «já não há perigo iminente de cheias».

Em declarações à agência Lusa, Rui Rodrigues, do departamento de Recursos Hídricos da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), disse que a «chuva intensa passou», sendo agora mais escassa e espaçada, sem prolongamento no tempo.

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«Não há nenhum risco iminente que nos obrigue a fazer novamente descargas preventivas ou em situação de cheia do lado nacional. A barragem de Castelo de Bode voltou aos níveis de armazenamento que estavam antes do dia 27 de março, para cotas aceitáveis. Agora temos de olhar para a frente para ver como vai ser a primavera e o verão e fazer a locação dos recursos», afirmou.

O responsável adiantou que a maior parte das barragens estão próximas do nível máximo de armazenamento de água, entre os 90 e os 96% e algumas até a 100%, mas salientou que esta situação não é uma desvantagem.

«Estamos no final do semestre húmido. Se estivéssemos a meio do inverno seria mais complicado e iríamos ter problemas acrescidos (¿), mas agora estão bons, porque permitem atravessar o verão e a primavera com capacidade», declarou.

De acordo com o engenheiro da APA, os caudais no Tejo voltaram esta quarta-feira a uma situação «normal, com valores na fronteira na ordem dos 1.500 metros cúbicos por segundo», ou seja, valores que tinham antes do dia 27 de março, altura em que houve necessidade de começar a fazer descargas preventivas.

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«As descargas das barragens não provocam cheias, a cheia é uma coisa natural, é uma reposta de um terreno à chuva que nele cai e ao estado em que estão os solos. Pode ser modificada pelo homem e, se não encontrar nenhum obstáculo no caminho, progride e é natural, crescem rapidamente e diminuem com maior tempo de caimento», explicou.

Contudo, referiu, se houver um obstáculo onde há uma barragem e se esta não tiver capacidade de encaixe com espaço reservado para grande volume de água prolonga mais a cheia.

«Assim, as descargas das barragens são produto de cheias que já aconteceram e que tentamos baixar e foi que aconteceu nos últimos dias face às previsões da meteorologia em Espanha para os dias 31 de março e 01 de abril de forte pluviosidade. Eles [espanhóis] em coordenação connosco subiram o valor do caudal do rio dos 1.250 para cerca de 2.000 e isso foi mantido entre 27 e 31 e no dia 31 com a cheia forte», contou.

O engenheiro da APA adiantou que esta coordenação e este tipo de operações entre Portugal e Espanha já existem há alguns anos com sucesso e, quando há necessidade disso, são envolvidos os Comando de Nacional de Socorro (CNOS), proteção civil e as autoridades municipais

«A atividade humana está próxima dos rios e quem está próximo dos rios não pode pensar que não vai sofrer algum impacto. Estas cheias, que acontecem agora de seis em seis anos, no passado aconteciam quase de ano a ano», sublinhou, referindo ainda ser normal que o «enxugo» das zonas alagadas demore mais tempo.

Desde sexta-feira que Portugal tem sido fustigado pelo mau tempo e chuva forte, que causou várias inundações, deslizamentos de terras, cortes de estrada e o isolamento das localidades de Reguengo do Alviela, Palhota e Caneiras, distrito de Santarém, bem como um aluimento em Mesão Frio, Guimarães, que está a pôr em risco habitações.

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