O cardeal patriarca de Lisboa defende que a missão da Igreja em tempo de crise é «inspirar as políticas concretas», através da proclamação da sua doutrina, e nunca de qualquer envolvimento político.
«O ministério dos bispos é de uma natureza e de uma ordem que pode ficar prejudicado se nos metermos na política directa como ela é feita hoje, em que ninguém sai de lá com as mãos limpas. Nós fugimos disso», afirmou, em entrevista ao «Jornal de Notícias».
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D. José Policarpo acredita que os sacerdotes podem agir antes ao nível da «pré-política». «Se eu falar sobre os direitos dos trabalhadores, não estou a alinhar uma intersindical, estou a falar de uma verdade que é magistério da Igreja», explicou.
Esperando que a Igreja seja capaz de «mobilizar as pessoas para uma solidariedade e uma unidade na resolução» da crise, o cardeal patriarca avisa: «Não posso estar à espera que sejam os partidos a proclamar a doutrina da Igreja. Essa é a nossa missã».
Admitindo a «margem limitada» deste Governo, D. José Policarpo espera que sejam escolhidas as «medidas que vão mais ao encontro da pessoa humana». Mas alertou: «Se precisamos que nos emprestem biliões, temos de nos sujeitar às condições de quem nos empresta».
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