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Portugal no topo dos dadores de medula

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Só por causa da campanha para ajudar o filho de Carlos Martins apareceram 30 mil novos voluntários

Há seis meses, o jogador Carlos Martins anunciou que o filho Gustavo, de três anos, precisava de um transplante de medula e, para isso, era necessário encontrar um dador compatível. De imediato foi lançada uma campanha de solidariedade que ultrapassou até as fronteiras do país, com cerca de 30 mil pessoas a inscreverem-se como dadoras. A somar aos já existentes, Portugal ficou com 280 mil, sendo o segundo país europeu com mais dadores, apenas atrás da Alemanha.

O dador para o Gustavo acabou por ser encontrado nos Estados Unidos, mas tanto os médicos, como o jogador, não poupam elogios aos resultados conseguidos por esta campanha. «Foi um pulo no serviço nacional de dadores. Só aumentando o número de dadores se pode encontrar uma "alma gémea" para quem precisa de transplante», afirma Maria João Gutierrez, médica no serviço de transplantação de progenitores hematopoiéticos do IPO de Lisboa.

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«Hoje, alguém dos Estados Unidos veio ajudar a salvar uma vida portuguesa, mas nós também salvamos vidas por esse mundo fora», frisou a especialista.

«Em 70 por cento dos casos, demoramos entre dois e seis meses a encontrar um dador compatível», explicou Nuno Miranda, hematologista também no Instituto Português de Oncologia de Lisboa. Como se trabalha com dadores vivos, encontrar «produto» para transplantar depende da solidariedade de quem se voluntaria. Por isso os médicos elogiam esta campanha que, pelo seu mediatismo e ao divulgar como é fácil ser dador, acabou com o receio de muitas pessoas em voluntariar-se.

Mas um grande problema nos transplantes de medula é que a compatibilidade entre o dador e o doente tem de ser muito maior do que nos transplantes de órgãos sólidos, explicam os médicos, daí que, o recurso a uma rede internacional de dadores aumente as possibilidades de sucesso.

No caso do Gustavo, o dador encontrado era alguém que já estava no sistema dos Estados Unidos há algum tempo e, que tinha sido retirado, porque foi identificado como compatível com outro doente. Ao voltar a ser libertado, voltou a entrar no sistema e, como a medula é um tecido que se regenera rapidamente, é possível fazer mais do que uma dádiva, por isso, pode ser o dador para o transplante do filho do jogador.

As taxas de sucesso rondam os 90 por cento, mas há riscos. Depois do transplante, é preciso esperar que o organismo não rejeite as células da medula e que as células da medula não rejeitem o organismo. Depois, é esperar também que a medula do doente comece sozinha a produzir as células que não produzia.

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