O advogado do arguido José Penedos disse, esta sexta-feira, que o processo Face Oculta «é um cadáver» e que a instrução é o seu «velório», justificando que há nulidades jurídicas e falta de provas «que o matam».
Para Rui Patrício, o processo Face Oculta «tem um conjunto de questões jurídicas e uma total falta de provas que o matam» no que diz respeito ao seu cliente, que está acusado de corrupção e participação económica em negócio. «Este processo está morto e enterrado e isto [a instrução] é o seu velório, a acusação é uma vergonha», disse.
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O advogado do ex-presidente da REN (Redes Energéticas Nacionais) criticou também uma «certa ligeireza na prova produzida», quando se trata de analisar «casos de peixe graúdo», lembrando que «ninguém está acima da lei, mas ninguém pode ficar abaixo desta». «Tenho a nítida sensação que nestes processos, onde há peixe graúdo, é-se menos exigente na prova», frisou.
Rui Patrício alega que o inquérito do Face Oculta é nulo, em relação a José Penedos, porque este não foi ouvido na fase de inquérito sobre toda a acusação e até considerou que esse «erro» poupa trabalho ao juiz de instrução Carlos Alexandre.
Entre os muitos assuntos abordados nas alegações, o advogado disse que Paulo Penedos, filho de José Penedos e também arguido no processo, foi usado como «arma de arremesso contra o pai» e que não existe nos autos prova de que o pai soubesse das alegadas dificuldades financeiras do filho.
O defensor levou mesmo alguns presentes recebidos por José Penedos, entre os quais um cantil da Vista Alegre, para tentar demonstrar que um presidente de uma empresa não se deixava corromper por este tipo de prendas.
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