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RTP: conselho de redação condena «cópia de brutos» não editados

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Reação a demissão de Nuno Santos da direção de informação

O Conselho de Redação (CR) da RTP condenou «qualquer cópia de brutos de imagens jornalísticas não editadas de reportagem dos jornalistas da RTP», num comunicado em reação à demissão do diretor de Informação (DI) da estação, Nuno Santos, noticia a Lusa.

O CR da RTP sublinha, no mesmo documento, que «as imagens recolhidas pelas equipas de reportagem da RTP servem apenas para uso profissional e exclusivo dos jornalistas da RTP e não podem ser cedidas ou visionadas por mais ninguém».

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O diretor de informação da RTP, Nuno Santos, demitiu-se hoje, depois de a administração da estação ter afirmado, em comunicado, que «responsáveis da Direção de Informação facultaram a elementos estranhos à empresa (...) imagens dos incidentes» que ocorreram no dia da greve geral, 14 de novembro, em frente ao parlamento.

O CR manifesta-se «surpreendido» pela demissão de Nuno Santos e pelo comunicado do Conselho de Administração (CA) da RTP, afirmando ainda «aguardar» as «conclusões do inquérito anunciado» no comunicado emitido pelo gabinete de Alberto da Ponte, presidente do CA da RTP

«O CR espera um desfecho célere deste processo e que seja assegurada a manutenção dum jornalismo Livre, Independente e Plural, que tem sido imagem de marca da RTP, reconhecida por diversos setores da sociedade», afirma ainda o órgão representativo dos jornalistas da estação pública, sublinhando na conclusão do mesmo documento «a relação saudável, de frontalidade absoluta e colaboração profícua que manteve com Nuno Santos durante os últimos meses».

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O CR da RTP descreve no documento agora divulgado, que foi alertado ao final da tarde de quinta-feira, dia 15 de novembro, «para um extenso pedido de cópia dos brutos de reportagem da manifestação de 14 de novembro frente à Assembleia da República», solicitado, como a Lusa já noticiou, por Ana Pitas, subdiretora de informação com responsabilidade dos Meios de Produção, e com o conhecimento de Manuel da Costa, diretor-adjunto dos Meios de Produção, e ainda Aníbal Costa e Carlos Carvalho.

Nesse mesmo dia, o CR pediu esclarecimentos por escrito ao DI, que terá respondido, de acordo com o comunicado do CR: «A DI da RTP não facultou imagens a ninguém. (...) respondendo à vossa legítima preocupação, a DI salvaguarda e é a fiel depositária dos princípios éticos que norteiam a atividade jornalística. É assim e sempre assim será.»

No dia seguinte, sexta-feira, dia 16, dois membros do CR, juntamente com dois membros da Comissão de Trabalhadores (CT) reuniram-se com o diretor-adjunto da RTP, Vítor Gonçalves, que voltou a garantir que «nenhuma cópia dos brutos de reportagem tinha saído para o exterior da RTP». O subdiretor de Informação, Luís Castro, «também esteve presente na reunião», confirma o CR.

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O CR - mas também a CT - voltaria a reuniu-se com a DI, desta vez com o próprio Nuno Santos, na segunda-feira, dia 19, tendo ouvido do diretor de informação as mesmas «várias garantias dadas ao longo dos dias [anteriores] ¿ as imagens nunca saíram da RTP», tendo Nuno Santos afirmado que a razão pela qual o pedido de imagens foi extensivo a «todos os brutos de reportagem», recolhidos por cinco equipas distintas nesse dia se deveu a «excesso de zelo no pedido».

«O CR aceitou as explicações do DI e deu a questão por encerrada», escreve o organismo, no documento enviado às redações.

«Ao longo deste processo, o CR falou com a Direção de Informação, com a comissão de trabalhadores e com o Sindicato dos Jornalistas, no sentido de ser encontrado um esclarecimento absoluto da situação, sob pena de poderem vir a ser colocados em causa a integridade física dos profissionais da RTP e o livre exercício da atividade jornalística», esclarece ainda o comunicado.

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