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Relógio toca a noite toda, mas só acorda alguns...

Relógio da Igreja de Vilar de Perdizes opõe padre Fontes a alguns populares

Cerca de 200 pessoas subscreveram um abaixo-assinado em defesa da manutenção do relógio da igreja de Vilar de Perdizes, em Montalegre, que o padre António Fontes defende que seja «silenciado» durante o período nocturno.

O pároco de Vilar Perdizes, António Fontes, conhecido pelos congressos de medicina popular, defende que o relógio da igreja deve ficar calado durante o período nocturno.

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Ao lado do padre estão alguns paroquianos que se queixam, sobretudo, de que o toque de 15 em 15 minutos lhes perturba o sono.

«Bruxas» em Montalegre

«A normalidade é o silêncio nocturno. O silêncio que as pessoas procuram e apreciam», afirmou à Agência Lusa o sacerdote.

António Fontes diz que ouve «muitas queixas» por parte dos turistas e dos emigrantes que dormem naquela localidade.

A favor da manutenção do relógio «24 horas por dia» está a Comissão Fabriqueira de Vilar de Perdizes, responsável por regular o som do relógio e que está a promover um abaixo-assinado pela localidade.

Acácio Gabriel, um dos elementos da Comissão Fabriqueira, disse hoje à Lusa que «já foram recolhidas cerca de 200 assinaturas de pessoas que querem que o toque do relógio se mantenha».

«A maior parte da população quer continuar a ouvir o relógio da igreja durante todo o dia. Até porque existem muitas pessoas que não sabem ler e se regulam, mesmo para tomar a medicação, pelo toque do relógio da igreja», salientou o responsável.

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Acácio Gabriel diz que já existe relógio na igreja de Vilar de Perdizes desde 1963 e que, desde que regressou à terra Natal há sete anos, «se mantém o mesmo toque, sem queixas até agora».

O responsável acrescentou que o relógio está a tocar nos dois decibéis, numa escala de um a 10, e que está regulado para à noite tocar ainda mais baixo.

«Até temos algumas pessoas do fundo da aldeia que querem o relógio mais alto, porque se queixam de que não o ouvem», frisou.

A GNR de Montalegre diz que, até ao momento, ainda não foram apresentadas queixas formais contra o relógio de Vilar de Perdizes, mas confirma que a guarda já foi contactada por causa desse assunto.

«Se a contenda se mantiver entre as partes, vamos mandar vir uma empresa para fazer a medição do ruído», disse o comandante local da GNR.

Também em Pegarinhos, no concelho de Alijó, se arrasta desde 2001 uma contenda entre um médico e a população local, por causa da instalação na torre da igreja de uma aparelhagem que, para além de assinalar as horas de 15 em 15 minutos, também toca a Ave-maria e outros sons alusivos a épocas festivas, nomeadamente no Natal.

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Por causa disso, o médico Arnaldo Mendonça, que possui uma casa nas traseiras da igreja onde, de vez em quando passa alguns dias, ter-se-á sentido incomodado e protestou.

A maior parte da população da freguesia defende a manutenção do relógio da igreja.

Os advogados das duas partes, do médico e da junta de freguesia, estão a tentar chegar a um acordo ainda antes do julgamento marcado para 17 de Setembro, cujo início foi já adiado quatro vezes.

O novo Regulamento Geral do Ruído, que entrou em vigor a 01 de Fevereiro de 2007 estipula, genericamente, a proibição do exercício de actividades ruidosas temporárias, junto de edifícios de habitação, aos sábados, domingos e feriados e nos dias úteis entre as 20:00 e as 8:00, junto de escolas, durante o respectivo horário de funcionamento, e perto de hospitais ou estabelecimentos similares.

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