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Um quarto dos namoros adolescentes são violentos

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Violência psicológica é a mais comum e inclui chamar nomes, humilhar, ameaças, controlar chamadas e mensagens, proibir vestir alguma peça de roupa

Um quarto dos adolescentes afirmam ter sido vítima de violência psicológica no namoro, revela um estudo da UMAR ¿ União de Mulheres Alternativa e Resposta.

O estudo, a que o tvi24.pt teve acesso, foi realizado em escolas EB2,3 e Secundárias, do Distrito do Porto, inquiriu 413 jovens de idades compreendidas entre os 11 e os 18, média de idades 14 anos e de todas as classes sociais e etnias presentes nestes contextos escolares.

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A violência psicológica atinge tanto raparigas (25%) como rapazes (24%), percentagem que os responsáveis do estudo consideram «muito preocupante». «Comportamentos de controle continuam a ser considerados como mostras de amor, em que o ciúme se apresenta como ingrediente quase indispensável numa relação de namoro. Gostar e controlar parecem ser sinónimos», explica a UMAR.

Este tipo de violência inclui actos como «chamar nomes», «pegar no telemóvel sem autorização para controle das chamadas e mensagens», «proibir de estar ou falar com algum amigo», «proibir de sair sem o namorado/a», «ameaças», «proibir vestir alguma peça de roupa», «obrigar a fazer alguma coisa que o outro não queria e fazê-lo sentir mal por isso», «humilhar, dizendo coisas que rebaixam».

A UMAR realça que, no chamar nomes, na proibição de vestir roupa e nas ameaças, as raparigas destacam-se como alvo desta violência psicológica.

Violência física

Inquiridas e inquiridos se foram alvo de violência física no namoro, 5% das raparigas responderam afirmativamente, assim como 2% dos rapazes.

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Nas agressões físicas sem marca as raparigas apresentam-se com 4 vezes mais de probabilidade de vitimação.

«Tendo em conta que o universo inquirido diz respeito a idades desde os 11 anos, ou seja, crianças e adolescentes ainda numa idade muito precoce, estes dados, apesar de mais animadores do que o ano passado, continuam a ser muito preocupantes», adianta a UMAR.

Evolução positiva

A associação realça que a campanha de sensibilização que tem feito junto dos adolescentes tem aumentado a consciencialização acerca da violência.

Antes da aprendizagem, 4% consideravam «normal» a agressão física com marca e 6% a agressão física sem marca. Após a intervenção, apenas 2%, em cada uma das situações, continua a naturalizar estes comportamentos no seio das relações de namoro.

No que se refere à violência psicológica, «o programa apresenta uma taxa de sucesso ainda maior», adianta a UMAR.

A associação realça que «considerando a violência física e psicológica, no ano anterior os índices de violência entre os jovens aproximavam-se dos dados relativos à violência entre adultos (33% - violência física e ou psicológica)», mas os dados deste ano «mostram a diminuição da violência física, assim como a sua quase completa rejeição como normal numa relação de namoro».

A UMAR frisa a «a urgência de programas de prevenção». «Precisamos de formar a nossa juventude que controlar e amar são opostos e que amor significa ter confiança e permitir à outra e ao outro ser aquilo que é e potenciar tudo o que possa vir a ser, sem que isso ponha em causa os afectos».

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