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Aumentam agressões de utentes a médicos e enfermeiros

«À medida que se acentuam os problemas sociais, as pessoas tornam-se mais agressivas», diz dirigente sindical.

As agressões de utentes contra médicos e enfermeiros nas urgências hospitalares estão a aumentar, o que preocupa os sindicatos destes profissionais que atribuem esta escalada de violência à degradação das condições de vida.

O chefe do posto da PSP no Hospital Amadora-Sintra, Luís Martins, disse à Lusa que são cada vez mais frequentes as agressões, principalmente a enfermeiros e médicos.

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Os médicos eram, até há pouco tempo, menos vítimas das agressões dos utentes, que os respeitavam, mas isso tem vindo a mudar e de uma forma acentuada, adiantou Luís Martins.

A dirigente sindical Pilar Vicente, médica no Hospital de São José, em Lisboa, onde também existe um posto da PSP, disse à Lusa que a postura dos utentes perante os profissionais reflete os casos que são atendidos: cada vez mais violentos.

«Verificamos isso através dos casos que entram pelas urgências: mais vítimas de agressão, de violência doméstica, facadas, tiros, etc», contou.

Para esta sindicalista da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), «à medida que se acentuam os problemas sociais, as pessoas tornam-se mais agressivas, bebem mais, têm maiores problemas económicos, grandes stresses e mais rapidamente recorrem à violência».

«É um problema cívico, da própria sociedade, em que nós, os profissionais, apenas podemos tentar apelar a outro tipo de atitude», adiantou.

Para Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), a violência contra estes profissionais não é nenhuma novidade, embora reconheça o aumento da sua gravidade.

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A enfermeira atribui o aumento destes casos à «diminuição das suas condições económicas».

«Já há muito que alertámos para as consequências que o agravamento da situação social iria ter na forma como os utentes e os acompanhantes tratam os enfermeiros e agora temos a confirmação com o aumento das agressões», sustentou.

Guadalupe Simões sublinhou que os enfermeiros estão «na linha da frente dos serviços de saúde» e são, por isso, as maiores vítimas da intolerância dos utentes.

«Sentimos esse aumento da violência nos centros de saúde, nos hospitais e nos cuidados domiciliários», adiantou.

O SEP reconhece o importante papel da polícia nos hospitais, com Guadalupe Simões a lamentar que não existam em mais unidades de saúde, tendo em conta a sua função dissuasora.

Cerca de 15 casos de polícia diários no Amadora-Sintra

Cerca de 15 casos de polícia chegaram em média diariamente às urgências do Hospital Amadora-Sintra, só no primeiro semestre deste ano, um terço dos quais foram agressões, segundo dados da PSP.

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Dos 2.816 casos, 983 foram agressões, 857 acidentes de trabalho, 462 acidentes de viação e 299 intoxicações.

A PSP registou ainda 58 tentativas de suicídio, igual número de mordeduras de animal, 51 agressões com arma branca, 19 queimaduras, 17 violações ou tentativas de violação e 12 agressões com arma de fogo.

Em 2011, o total de casos de polícia que foram registados pela PSP na Amadora-Sintra foi de 9.642.

O Posto da PSP do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) iniciou o seu funcionamento a 01 de abril de 1996.

Desde 1986 que a PSP pode «manter pessoal com funções policiais em organismos de interesse público para a prestação de serviços especiais», segundo a legislação em vigor (Portaria 462/86).

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