Registou-se um forte aumento do número de denúncias de violência contra idosos desde o início do ano, noticia a edição desta terça-feira do «Jornal de Notícias», que cita dados do Ministério Público.
Apesar de não serem avançados números sobre os dois primeiros meses do ano, relativamente ao número de queixas apresentadas, o jornal refere que este aumento foi confirmado pela procuradora Fernanda Alves do Departamento e Acção Penal (DCIAP) de Lisboa e especializada em violência doméstica.
PUB
Fernanda Alves disse ao diário que a violência contra idosos foi até há bem pouco tempo uma realidade que «esteve escondida» e que a maior consciência dele terá tido um efeito directo no aumento de queixas junto das autoridades.
Um dos aspectos que marcam estas denúncias é o facto de não serem muitas vezes feitas pelas vítimas, mas por parte de vizinhos e hospitais.
Ao JN, Maria de Oliveira, do projecto Títono, salientou que muitos dos idosos que recorrem Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) não pretendem formalizar queixa. Uma das razões poderá estar ligada ao facto dos agressores serem frequentemente os cônjuges ou os filhos.
Além das agressões físicas, que têm um carácter mais visível, os abusos económicos são também preocupantes.
Um estudo realizado em sete países europeus ¿ Portugal, Espanha, Grécia, Itália, Lituânia, Suécia e Grécia ¿ dá conta que é precisamente entre os idosos portugueses que se registam mais casos deste tipo de abusos.
O JN indica que entre os inquiridos portugueses, 7,8% disse ter sido vítima deste problema, contra 4,8 % dos espanhóis.
A evolução de processos relacionados com a violência contra idosos registou um aumento acentuado nos últimos anos, de acordo com a APAV. De 2000 a 2009, a subida foi de 120%.
PUB